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TELEVISÃO
Crítica
"Intensidade"
de ator estraga
"Sede de Viver"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Como há pouco constatou a
Ilustrada, os canais pagos reprisam certos filmes excessivamente. Podia-se acrescentar:
reprisa, de preferência, filmes
ordinários, e tão grande é a frequência dos filmes ordinários
que, na hora de comentar, fico
com um que não aprecio particularmente: "Sede de Viver"
(TCM, 14h; não indicado a menores de 12 anos).
A crítica clássica francesa
adora o filme, como adora
qualquer soluço de Vincente
Minnelli, e ela sabe o que diz.
Mas as coisas que me desapontam, aqui, vão desde a construção do mito do artista como um
ser especial (um lugar-comum
dos filmes sobre pintores), até
o gosto de Minnelli, em que o
europeizante cutuca o kitsch
sem muito pudor.
Tudo isso se pode suportar,
mas quando toda a intensidade
que se busca transmitir, e que
seria uma espécie de atributo
do gênio, aparece na expressão
excessiva de Kirk Douglas, fica
mais difícil. Em tempo, Douglas interpreta Van Gogh, o
pintor, objeto do filme.
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