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Carrilo Gil mandou obras em 55
do enviado à Cidade do México
O museu Carrillo Gil, que vai ceder quatro importantes obras para
a mostra de Siqueiros na Bienal,
leva o nome -e todo o acervo-
do médico pediatra Alvar Carrillo
Gil, responsável pela participação
do México na 3ª Bienal, em 1955,
como explicam as cartas trocadas
com Arturo Profili, então diretor
do MAM (sede do evento).
As razões para essa intervenção
particular em um intercâmbio que
envolvia os dois governos eram
duas: a crise financeira do México
e uma carta de Diego Rivera na
qual dizia que um acordo estabelecido em Santiago, no Chile, havia
determinado que nenhum artista
do partido comunista participasse
do evento, já que nenhum artista
brasileiro de esquerda -Portinari
à frente- compareceria.
Em carta de 17 de maio de 1954,
Carrillo Gil avisa que a Bienal
"não obterá nenhuma ajuda efetiva do Governo". Oferece então
uma seleção de seu acervo próprio
que estaria sendo exposto no Peru
pouco antes do evento brasileiro.
Profili se interessa e começa a
tratar de detalhes, seguro, transporte e especificidades das obras
que seriam enviadas ao Brasil. As
negociações não vão adiante.
Em 10 de novembro, Carrillo Gil
responde que Siqueiros não tem
muito interesse em colaborar com
a mostra, já que o júri da Bienal
teria "preconceitos em relação à
pintura mexicana (exceto Tamayo)". Oferece então quatro séries
de gravuras de Siqueiros, Rivera,
Orozco e Tamayo.
Profili aceita o empréstimo e, em
16 de dezembro, manda fichas de
inscrição, regulamentos e etiquetas para serem fixadas nas obras e
caixotes. Em 29 de abril, Carrillo
Gil confirma o envio das obras e
de um texto de "241 palavras" para o catálogo. Pergunta ainda se a
Bienal vai expor Jacques Villon, já
que ele está interessado em comprar algo do artista.
(CF)
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