São Paulo, sexta, 8 de maio de 1998

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Carrilo Gil mandou obras em 55

do enviado à Cidade do México

O museu Carrillo Gil, que vai ceder quatro importantes obras para a mostra de Siqueiros na Bienal, leva o nome -e todo o acervo- do médico pediatra Alvar Carrillo Gil, responsável pela participação do México na 3ª Bienal, em 1955, como explicam as cartas trocadas com Arturo Profili, então diretor do MAM (sede do evento).
As razões para essa intervenção particular em um intercâmbio que envolvia os dois governos eram duas: a crise financeira do México e uma carta de Diego Rivera na qual dizia que um acordo estabelecido em Santiago, no Chile, havia determinado que nenhum artista do partido comunista participasse do evento, já que nenhum artista brasileiro de esquerda -Portinari à frente- compareceria.
Em carta de 17 de maio de 1954, Carrillo Gil avisa que a Bienal "não obterá nenhuma ajuda efetiva do Governo". Oferece então uma seleção de seu acervo próprio que estaria sendo exposto no Peru pouco antes do evento brasileiro.
Profili se interessa e começa a tratar de detalhes, seguro, transporte e especificidades das obras que seriam enviadas ao Brasil. As negociações não vão adiante.
Em 10 de novembro, Carrillo Gil responde que Siqueiros não tem muito interesse em colaborar com a mostra, já que o júri da Bienal teria "preconceitos em relação à pintura mexicana (exceto Tamayo)". Oferece então quatro séries de gravuras de Siqueiros, Rivera, Orozco e Tamayo.
Profili aceita o empréstimo e, em 16 de dezembro, manda fichas de inscrição, regulamentos e etiquetas para serem fixadas nas obras e caixotes. Em 29 de abril, Carrillo Gil confirma o envio das obras e de um texto de "241 palavras" para o catálogo. Pergunta ainda se a Bienal vai expor Jacques Villon, já que ele está interessado em comprar algo do artista. (CF)


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