São Paulo, sexta, 8 de maio de 1998

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Contistas "batem um bolão"

da Reportagem Local

Véspera de um Brasil x Espanha, final da Copa do Mundo, e o goleiro da seleção "canarinho" está abatido. Não consegue dormir. O técnico insiste e ele revela o motivo: acha que está sendo traído pela mulher, enquanto se concentra para o jogo decisivo. Sofre muito.
É este o clima de uma das 16 histórias de "Onze em campo e um banco de Primeira", lançado pela editora Relume Dumará.
Escrito por Flávio Moreira da Costa, que também é o organizador da coletânea, o conto "A solidão do goleiro" tem um desfecho que emociona. Não contaremos o fim, mas é bom saber que o técnico pega o goleiro pelo braço, sai da concentração e vai até o local onde está a suposta traidora.
Mas o melhor e mais bem escrito conto dessa seleção é "Na boca do túnel", de Sérgio Sant'Anna.
O escritor carioca constrói um personagem que certamente já é um dos melhores da escassa literatura brasileira sobre futebol.
Um treinador angustiado. Existencialista e moderno na concepção tática, ele tenta passar inutilmente o desenho do jogo para os seus discípulos. Quase sempre em vão: "É preciso insistir e insistir. Treino tático, preleção, até a coisa se tornar instintiva para eles".
A coletânea é uma reedição com vários contos inéditos e reúne grandes escritores brasileiros, convidados a apresentar narrativas sobre o mundo do futebol.
Também "batem um bolão" , no livro, João Antônio, Marcos Rey e João Ubaldo Ribeiro.



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