|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Contistas "batem um bolão"
da Reportagem Local
Véspera de um Brasil x Espanha,
final da Copa do Mundo, e o goleiro da seleção "canarinho" está
abatido. Não consegue dormir. O
técnico insiste e ele revela o motivo: acha que está sendo traído pela
mulher, enquanto se concentra
para o jogo decisivo. Sofre muito.
É este o clima de uma das 16 histórias de "Onze em campo e um
banco de Primeira", lançado pela
editora Relume Dumará.
Escrito por Flávio Moreira da
Costa, que também é o organizador da coletânea, o conto "A solidão do goleiro" tem um desfecho
que emociona. Não contaremos o
fim, mas é bom saber que o técnico pega o goleiro pelo braço, sai da
concentração e vai até o local onde
está a suposta traidora.
Mas o melhor e mais bem escrito
conto dessa seleção é "Na boca do
túnel", de Sérgio Sant'Anna.
O escritor carioca constrói um
personagem que certamente já é
um dos melhores da escassa literatura brasileira sobre futebol.
Um treinador angustiado. Existencialista e moderno na concepção tática, ele tenta passar inutilmente o desenho do jogo para os
seus discípulos. Quase sempre em
vão: "É preciso insistir e insistir.
Treino tático, preleção, até a coisa
se tornar instintiva para eles".
A coletânea é uma reedição com
vários contos inéditos e reúne
grandes escritores brasileiros,
convidados a apresentar narrativas sobre o mundo do futebol.
Também "batem um bolão" ,
no livro, João Antônio, Marcos
Rey e João Ubaldo Ribeiro.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|