FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ele costuma dizer que seus papéis revelam parte de sua alma. Foi assim em "Edward Mãos de Tesoura", quando encarou suas esquisitices; em "Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador", quando memórias amargas da infância vieram à tona; em "Antes do Anoitecer", onde explorou seu lado feminino.
Mas talvez seja em "Profissão de Risco" que Johnny Depp tenha encontrado o maior pedaço dela.
Depp, que não esconde que por anos entregou-se sem controle à euforia quimicamente estimulada, passeia confortavelmente pelo assunto das drogas, falando baixo e sempre com um cigarro na mão. "O problema está na oferta, não na procura; no abuso, não no uso."
Para ele, os Estados Unidos são o país da violência casual, da liberdade vigiada, do falso moralismo.
Ele explica que é por isso que decidiu criar a filha -dele e da atriz Vanessa Paradis e que tem dois anos- na Europa. "Essa gente não sabe que além do sonho americano, existe o sonho inglês, o sonho italiano, o sonho australiano."
(ML)


Texto Anterior: Cinema/Estréia: Carreira de brilho
Próximo Texto: Crítica: Cruz estraga "Profissão"
Índice