Chef do badalado Mr. Chow, restaurante londrino com filial em Nova York, assume no Rio uma casa com seu nome, o Mr. Lam

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

Quando Mr. Lam conheceu o Rio de Janeiro, em julho de 2004, ficou surpreso ao perceber que a cidade era maior do que imaginava. Em conseqüência, ficou também surpreso com outra coisa. "Como pode não ter um bom restaurante chinês aqui?", pensou. A inauguração do Mr. Lam, amanhã, pretende preencher essa lacuna. É o que indicam os cerca de R$ 5 milhões de investimento anunciados pelo empresário Eike Batista. Ele conseguiu trazer para o Rio o mestre chinês de 60 anos, que aos 22 assumiu a cozinha do Mr. Chow, em Londres, e de 1979 até o fim do ano passado cuidou dos pratos da versão nova-iorquina do restaurante. Clientes como Andy Warhol no passado e Jennifer Lopez hoje garantem a fama do Mr. Chow de Nova York como um dos mais badalados restaurantes chineses do mundo. Lam deixou a famosa cozinha para ter uma casa com seu nome, mas com um cardápio similar. "É praticamente o mesmo, com pequenas diferenças. Foram muitos anos de Mr. Chow, e fomos adaptando a cozinha chinesa ao gosto ocidental", diz Mr. Lam, que trouxe outros quatro chineses para o Rio. Uma das criações para o restaurante carioca foi o Mr. Batista Prawns (R$ 75). São camarões com molho de nove especiarias e um resultado picante. Eike Batista chamou a atenção de Lam como cliente, em Nova York, por gostar de pratos muito apimentados. Ao menos nos primeiros dias, o famoso pato laqueado, opção mais cara do cardápio (R$ 148), ainda não poderá ser servido. Os patos brasileiros só foram aprovados por Lam para a versão crocante (R$ 98). Para a receita do laqueado, estão sendo importadas aves do Canadá. "Alguns ingredientes que estamos usando são daqui, mas muitos têm vindo de Nova York, porque lá há várias opções de restaurantes chineses, então há mais opções de ingredientes", explica Lam. Também dos Estados Unidos veio um fogão específico para cozinha chinesa, com um sistema de resfriamento constante. Lam diz que a base de seu trabalho é a cozinha tradicional de Pequim -ele nasceu na China e foi para Hong Kong aos 11 anos. É de praxe na comida chinesa combinar opções, com duas pessoas dividindo duas entradas e dois pratos, por exemplo.

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O cardápio do restaurante não é extensivo. Dentre as entradas estão o satay de frango (R$ 19), tradicionais espetinhos, e o gambie (R$ 15), couve frita com castanhas de caju apimentadas. Na lista dos pratos principais há itens mais tradicionais, como o frango chinês (R$ 44), acompanhado de champignons, aipo, cenouras e pimentão, o porco agridoce (R$ 49) e o peixe com legumes (R$ 59). E há criações como os camarões com espinafre (R$ 70). A carta de vinhos foi preparada por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-executivo da TV Globo. Paula Canongia, que comanda as operações da casa, não quer que o Mr. Lam fique com imagem de restaurante caro. "Queremos preços abaixo dos do Gero e do Antiquarius. O bom é que venha um público variado, com gente nova, senão fica tudo muito sério", diz ela. Construído no espaço antes ocupado por três casas, diante da lagoa Rodrigo de Freitas, o Mr. Lam tem três andares, sendo que no segundo cortinas podem transformar as mesas em áreas reservadas.