da Redação

Após o fim da Guerra Fria, os filmes de aventura ficaram meio perdidos, à cata de algum inimigo. Ora são terroristas, ora iraquianos, os vilões que os mocinhos do Ocidente necessitam combater.
O agente secreto mais famoso do mundo, James Bond, voltou com força em 1995, depois de ficar afastado desde 1989 -justamente quando caiu o Muro de Berlim. Em "007 contra Goldeneye", o inimigo ainda era russo, a máfia.
Na 18ª aventura do britânico, "007 - O Amanhã Nunca Morre", Pierce Brosnan incorpora novamente o charmoso Bond, mas agora enfrenta um vilão de muito mais peso -o moderno magnata da mídia Elliot Carver (Jonathan Pryce, de "Carrington").
Com muito dinheiro e poder, com seus canais de TV alcançando quase todo o globo terrestre, Carver pode criar fatos, para assim noticiá-los antes.
Sua mais nova aquisição é um aparelho de orientação marítima, com o qual é capaz de embaralhar os sentidos de navios, fazendo com que eles invadam o espaço chinês. Assim, oferece manchetes quentíssimas antes dos concorrentes e ainda retalia o governo da China, o único lugar que seus satélites não alcançam.
Enviado por sua chefe M (Judi Dench) para investigar o envolvimento de Carver na crise, Bond reencontra um antigo amor -verdadeiro-, que, não por acaso, agora é mulher do vilão.
Como quase nunca há uma bondgirl sem que outra apareça, 007 vai topar com Wai Lin (Michelle Yeoh), que vem a ser uma agente secreta chinesa.
Sem a fragilidade e submissão das mulheres que costumam -ou costumavam, espera-se- aparecer na série, Wai Lin distribui sopapos e pontapés e ajuda Bond.
Com a difícil missão de dar continuidade ao legado do agente -já vivido por Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore e Timothy Dalton-, Brosnan dá conta do papel, desenvolvendo um 007 charmoso e ainda mulherengo, mas não misógino. (MaM)
Filme: 007 - O Amanhã Nunca Morre Produção: EUA, 1997, 119 min Direção: Roger Spottiswoode Com: Pierce Brosnan, Jonathan Pryce, Michelle Yeoh, Teri Hatcher, Judi Dench Lançamento: Warner (011/820-6777)


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