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Ezequiel Neves, "descobridor" do Barão Vermelho, morre aos 74
Internado havia sete meses, produtor teve falência de órgãos
DENISE MENCHEN
DO RIO
Morreu por volta das 14h
de ontem, o jornalista, compositor e produtor musical
Ezequiel Neves, que "descobriu" a banda Barão Vermelho nos anos 1980.
Ele teve falência múltipla
dos órgãos após passar quase sete meses internado na
clínica São Vicente, na zona
sul do Rio, devido a um tumor benigno no cérebro, enfisema pulmonar e cirrose.
A morte do produtor ocorreu no dia em que se completaram 20 anos da morte de
Cazuza, de quem Neves foi
amigo próximo. Clássicos
gravados pelo cantor, como
"Codinome Beija-Flor" e
"Exagerado", foram escritos
em parceria com Neves.
Esta canção foi composta
para ele, conhecido como
"Zeca Jagger", devido à admiração por Mick Jagger e pelos Rolling Stones.
"Estava desenganado havia mais de um mês. Parece
que estava esperando o dia 7
para morrer", disse Lucinha
Araújo, mãe de Cazuza.
Nascido em Minas Gerais,
Ezequiel mudou-se para o
Rio aos 35 anos. Trabalhou
como jornalista e crítico musical. Nos anos 80, empregado da gravadora Som Livre,
conheceu Cazuza e o Barão.
Ele convenceu João Araújo, pai do cantor e dono da
gravadora, a fechar contrato
com a banda. Para o jornalista e produtor Nelson Motta,
Neves realizou o sonho de todo crítico musical. "Foi ele
que articulou o Barão, promoveu os discos, foi o mentor... Só faltou cantar", disse.
Motta destacou ainda que
o jornalista "tinha uma baita
cultura pop, era muito inteligente, irreverente e viveu como um roqueiro". "Ele tinha
uma maneira rock'n'roll de
fazer crítica com alta competência", elogiou.
Em nota, o ministro da
Cultura, Juca Ferreira, lamentou a morte: "Como
compositor, ajudou a firmar
nosso roqueiro trágico como
um dos grandes cronistas
contemporâneos do amor e
dos impasses, impasses inclusive sociais".
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