São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2010

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Ezequiel Neves, "descobridor" do Barão Vermelho, morre aos 74

Internado havia sete meses, produtor teve falência de órgãos

DENISE MENCHEN
DO RIO

Morreu por volta das 14h de ontem, o jornalista, compositor e produtor musical Ezequiel Neves, que "descobriu" a banda Barão Vermelho nos anos 1980.
Ele teve falência múltipla dos órgãos após passar quase sete meses internado na clínica São Vicente, na zona sul do Rio, devido a um tumor benigno no cérebro, enfisema pulmonar e cirrose.
A morte do produtor ocorreu no dia em que se completaram 20 anos da morte de Cazuza, de quem Neves foi amigo próximo. Clássicos gravados pelo cantor, como "Codinome Beija-Flor" e "Exagerado", foram escritos em parceria com Neves.
Esta canção foi composta para ele, conhecido como "Zeca Jagger", devido à admiração por Mick Jagger e pelos Rolling Stones.
"Estava desenganado havia mais de um mês. Parece que estava esperando o dia 7 para morrer", disse Lucinha Araújo, mãe de Cazuza.
Nascido em Minas Gerais, Ezequiel mudou-se para o Rio aos 35 anos. Trabalhou como jornalista e crítico musical. Nos anos 80, empregado da gravadora Som Livre, conheceu Cazuza e o Barão.
Ele convenceu João Araújo, pai do cantor e dono da gravadora, a fechar contrato com a banda. Para o jornalista e produtor Nelson Motta, Neves realizou o sonho de todo crítico musical. "Foi ele que articulou o Barão, promoveu os discos, foi o mentor... Só faltou cantar", disse.
Motta destacou ainda que o jornalista "tinha uma baita cultura pop, era muito inteligente, irreverente e viveu como um roqueiro". "Ele tinha uma maneira rock'n'roll de fazer crítica com alta competência", elogiou.
Em nota, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, lamentou a morte: "Como compositor, ajudou a firmar nosso roqueiro trágico como um dos grandes cronistas contemporâneos do amor e dos impasses, impasses inclusive sociais".


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