Anteontem eu assisti ao sensacional "Tudo É Possível", no GNT. A história desta quarta era a de uma jovem violoncelista que tinha que se passar por DJ. Então, durante um mês, um time que incluía duas profissionais (uma delas a famosa Lottie) e um professor de dança tinha que ensinar tudo para a garota. Ela deveria dar o truque que sabia tocar e que tinha a atitude necessária, passando por uma entrevista final com donos de clubes e agentes.
E não é que ela conseguiu? A história serve de ilustração para a atual situação da cultura do DJ no mundo. Hoje em dia, precisa bem pouco para fazer sucesso nas festas: nem é necessária tanta técnica, mas carisma, presença e, principalmente, repertório. E ao final da temporada de quatro semanas, ela tomou gosto pela coisa e comprou até picapes. Outra coisa fofa: o programa mostrou a mudança que a vivência dos clubes operou na tímida menina inglesa. As experiências compartilhadas são mesmo característica desses nossos tempos, e é isso o que buscamos, em diferentes lugares, as pistas de dança incluídas.
No megaespaço armado no Credicard Hall (sofremos com o hall em si, aliás) para a Gigolo Party, tive a mesma sensação da L&M Music, quando muitos tomaram contato com diferentes sons e situações. Ainda que um pouco sem atmosfera -teria sido melhor um espaço mais intimista-, foi a primeira festa gigante do electro em SP. Muita coisa vai vir atrás.

no noite ilustrada...
Nessa sexta tem a 1234 U, com Ana Flavia e Paula; Renato Lopes toca no Na Mata Café, e Jac Junior, na Electric Peanuts, no Café Chill Out (r. Ribeirão Claro, 456). A noite Freak Chic do D-Edge tem o convidado Guilherminho. Neste sábado o top DJ inglês Colin Dale estréia projeto no bar Conceição (av. Hélio Pellegrino, 194); o Supper Club inaugura o Bataclan, com Edu Corelli e Reynal Host e a meiga Thais Losso como convidada; no ampgalaxy tem a Venus Automática, com Bispo e Liberato, e no Inspiral tem a noite Poser, com o jornalista Lúcio Ribeiro nas picapes (r. Guarará, 575); tem a festinha Combo, no Aztech Lan Lounge, com Mimi e Regis (r. Armando Penteado, 56); no Love Machine, novo after do Lov.e, tocam Camilo Rocha e Grace Kelly Dum; tem também o after do D-Edge com Jeremy e Renato Lopes; segunda tem a noite On the Rocks no D-Edge, com João Gordo e Fabio Spavieri; no The Bar estréia o projeto Monday'z, com Marky, Patife, Magal, Jason Bralli e Santiago (r. Julio Diniz, 190)

"SATISFACTION" É O HIT DE 2003
Não dá mais para não falar aqui do Benny Benassi. "Satisfaction" toma conta do planeta. É o hit oficial do verão europeu, foi a música mais tocada pelos DJs do festival Homelands e está em toda parte. Aqui também. A música é um fenômeno. Ouvi pela primeira vez no Nag Nag Nag. Depois, no Egg, não resisti e fomos perguntar pro Jonny Slut o que era. Fiquei louca. Voltei viciada na música, e o problema durou toda a temporada de moda. Depois me apaixonei pelas outras faixas: "Able to Love", "Time", "Inside of me", "No Matter what You Do". Mas a virada doentia e contagiante de "Satisfaction" é que é a tal, virando até toque de celular, na Inglaterra. É meio bagaceira, claro. Afinal, Benny Benassi é italiano, terra oficial das babas, né? Mas tem como mérito unificar sonoridades de house, tecno e electro. Já não está bom? Peça a seu DJ favorito.

NO MUNDO DOS HYPES, NOME É RICHARD X
No mundo dos hypes, entretanto, Richard X é que é a bola da vez, com seu álbum "Richard X Presents His X Factor", com participações do canadense Tiga (que chega aqui no mês que vem), da mulata belzebu Kelis, do supercool Jarvis Cocker e até da sumidona Caron Wheller, do Soul 2 Soul (fazendo um incrível cover de "Club Lonely", do Lil'Louis, lembra? "Only people lonely"...). É que o disco é tipo uma misturinha de house, electro, bootleg e cover. Tipo loucurinhas. Aquende. É das coisas mais criativas do ano, ao mesmo tempo pop e acessível, mesmo a ouvidos pouco educados aos novos timbres do momento. Ouça tudo no www. erikapalomino.com.br.

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