São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2008

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MÚSICA

Tom Jobim abre série dos 50 anos da bossa nova

Livro-CD que chega às bancas no domingo tem perfil biográfico e musical do artista

No sistema "leve dois, pague um", volume sobre Jobim será vendido junto com livro-CD sobre Dick Farney, o segundo da Coleção Folha


DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhum outro expoente da música popular brasileira viu suas canções serem gravadas e interpretadas tantas vezes como ele, aqui e no exterior. Antonio Carlos Jobim (1927-1994) é o protagonista do primeiro volume da Coleção Folha 50 Anos de Bossa Nova, que chega às bancas no próximo domingo, dia 10 de agosto.
Esse livro-CD inclui um perfil biográfico e musical do "papa da bossa nova", assinado pelo escritor e colunista da Folha Ruy Castro. Será vendido no sistema "leve dois e pague um" junto com o segundo volume da série, que é dedicado ao cantor e pianista Dick Farney.
Compositor, cantor, arranjador, pianista e violonista eventual, Tom Jobim é hoje uma unanimidade mundial, graças à popularidade e à alta qualidade musical e poética de sua obra. Sucessos internacionais, como as canções "Águas de Março", "Wave" e "Garota de Ipanema" (parceria com Vinicius de Moraes), se destacam entre cerca de duas centenas de preciosas composições deixadas por ele.
A atualidade e o prestígio dessa obra musical estão expressos em números reveladores: as faixas dos cerca de 20 álbuns que formam a discografia oficial de Tom Jobim já foram combinadas em mais de uma centena de compilações lançadas no Brasil e no exterior. E outras coletâneas certamente chegarão ao mercado ainda.
"Garota de Ipanema", o maior sucesso de Jobim, teria hoje cerca de 300 gravações registradas nos mais diversos cantos do mundo, em cálculos oficiais. Mas é provável que esse número atinja o dobro, se forem computadas as versões não-autorizadas.
Ironicamente, mesmo depois de se tornar, ainda na década de 60, um ícone da música brasileira no cenário mundial, Jobim chegou a ser tachado de "americanizado" por alguns de seus desafetos no Brasil. Essa crítica se apoiava no fato de ele ter feito vários discos nos Estados Unidos, onde era muito requisitado para gravações e concertos, nos anos 70 e 80.
No entanto, é preciso lembrar que naquela época as gravadoras brasileiras não demonstravam interesse em produzir novas gravações do maestro da bossa nova. Havia entre executivos do mercado fonográfico do país quase um consenso de que a música de Jobim era sofisticada demais, ou mesmo anticomercial. O tempo provou que as gravadoras nacionais não souberam avaliar o potencial dessa obra.
Pioneiro em vários aspectos, Jobim já falava com freqüência em ecologia, nos anos 60, muito antes que esse assunto se tornasse dominante. "Toda a minha obra é inspirada na mata atlântica", disse, certa vez, o compositor de "Bôto", "Chovendo na Roseira" e "Correnteza". Seu grande interesse pela flora e pela fauna dessa região do Brasil o levou até a memorizar os nomes científicos de árvores, pássaros e peixes. Poderia até ter sido um botânico ou um ornitólogo.


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