São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2008

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Crítica

Reichenbach ecoa coronelismo político atual

CRÍTICO DA FOLHA

Poucas vezes um filme começou de maneira tão vertiginosa quanto "Bens Confiscados" (Canal Brasil, 16h30; não recomendado para menores de 16 anos). A câmera, no rosto de uma mulher, se afasta e a vemos com os pés na beirada da varanda de um apartamento muito alto. A câmera executa um movimento para o alto, em torno da mulher, até ficar sobre sua cabeça, e de lá vemos o chão da cidade de São Paulo (o lugar onde a suicida cairá).
Instante vertiginoso, literalmente, em que Carlos Reichenbach evoca Douglas Sirk e seu "Palavras ao Vento". O que vem a seguir tem a ver com recentes escândalos políticos (ex-mulher disposta a arruinar a reputação de político). É por conta disso que um adolescente terá de ser escondido no sul do país.
É por conta disso, também, que surgirá um personagem magnífico, o mais interessante do filme, o assessor do político. O cara que quebra os galhos, resolve os problemas, pedindo ou ameaçando, tanto faz. Nele (Antonio Grassi, ótimo) ecoa nosso coronelismo político.
(INÁCIO ARAUJO)



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