São Paulo, sábado, 08 de agosto de 2009

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TRECHO

Houve uma grande
variedade de espécies de
imperialismo, além dos tipos
clássicos representados pelos
Impérios Romano, Mughal
(na Índia) ou Britânico.
Podemos inclusive dizer que
todas as sociedades têm seu
modo distintivo próprio,
determinado por sua
estrutura econômica e
psicológica, de voltar-se
contra seus vizinhos, traço
que pode ser manipulado por
interesses mais ou menos
estreitos, ou ser, principal-
mente, um mecanismo para
desviar a atenção de um
conflito interno de interesses,
ou, ainda, ser uma função
orgânica da vida da
comunidade como um todo.
Os Estados Unidos
recapitularam muitas formas
de comportamento do Velho
Mundo, mas deram a todas
elas a sua própria marca; até
mesmo deram origem a
novas formas. O país nunca
deixou de ser um enigma para
si mesmo e para os outros
países; imponderável por ser
tão inédito e tão pouco
lastreado na tradição:
comparado aos países
europeus, uma figura sem
sombra, um jovem gigante,
pueril, ao mesmo tempo
heroico e destrutivo, um
Siegfried que esmaga
inocentemente, para cujo
aniversário de cem anos, em
1876, Wagner compôs uma
marcha.

De "Estados Unidos, o Novo Imperialismo", de V.G. Kiernan



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