|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Aos 28 anos, o inglês Erol Alkan ganha espaço entre as estrelas da eletrônica misturando pop, hip hop e dance music
Tim Festival traz "superstar DJ" do rock
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Um dos principais DJs da cena
inglesa, incrível, não pertence às
batidas eletrônicas. Com status,
badalo e cachê de "superstar DJ",
Erol Alkan fez sua fama nos pick-ups dirigindo a principal noite de
rock de Londres, a Trash, no clube
The End, famoso templo da dance
music britânica.
Alçado pela revista modernosa
inglesa "The Face" como o "novo
Fatboy Slim", Alkan é o responsável, dizem na Inglaterra, pela música independente de veia roqueira voltar a ser interessante.
O DJ, de 28 anos, é nome tão
quente no cenário pop atual que
entre suas façanhas estão a conquista de prêmio de revelação do
ano de 2002 na revista "Muzik"
(eletrônica), o convite para tocar
no gigante festival Homelands
(eletrônica) e foi chamado para
estrelar um evento no... Brasil.
Uma das primeiras atrações
confirmadas do Tim Festival, que
acontece no Rio entre 30 de outubro e 1º de novembro, Erol Alkan
falou à Folha, por telefone.
Folha - Você é apontado como
grande prodígio do incensado
mundo dos DJs por veículos de música eletrônica. Mas você toca rock,
basicamente. O que está acontecendo na cena inglesa?
Erol Alkan - Eu penso o básico.
Uma música ideal na pista de
dança hoje é aquela boa para dançar. Simples assim. Eu gosto muito de tocar rock, dance music e algum eletrônico. E aí você pega as
mais legais desses gêneros, que
são boas para dançar, e você ganha a pista. Hoje, desde que a música seja boa, existe uma maior tolerância do público de pista seja
qual for o estilo da canção. Além
do quê, é possível tocar uma do
New Order, seguida de Chemical
Brothers, seguida de White Stripes, seguida de electro. Hoje isso
faz sentido.
Folha - Como você começou? Já
deu para ficar rico?
Alkan - Não. Em três, quatro
anos como DJ já comprei algumas
coisas. Pelo menos consigo viver
só de tocar. Mas continuo morando no mesmo pequeno apartamento em Londres.
Gosto de discos desde que eu
era uma criança. Costumava ser o
DJ para minha mãe, em casa. Passei a querer ser um DJ de verdade
indo a festas e vendo outros DJs
tocarem. Iniciei colocando música para animar pista em porões,
para cinco pessoas. Ia batendo
nas portas de clubes mais legais
do que aqueles onde estava, pedindo para deixarem eu ser DJ.
Até que deixavam.
Folha - Você toca de rock a rap. De
disco a electro. Como definiria o
seu estilo?
Alkan - Eu misturo tendências,
mas não acho que isso seja a última palavra em música para pista.
Cada DJ tem que fazer melhor o
que sabe. Eu vou ver um DJ que só
toca drum'n'bass, o tempo inteiro, e consigo achar maravilhoso.
O mesmo com o rap e por aí vai.
Folha - A noite Trash, onde você
toca, às segundas, está sempre
cheia de músicos de banda e famosos em geral. Quem esteve lá na segunda-feira passada (dia 25/8)?
Alkan - Meg White, do Whites
Stripes. A dupla do Raveonettes
[banda indie dinamarquesa], o
pessoal do Kills [banda de rock
americana]. Kate Moss estava na
lista, mas não a vi lá dentro.
Folha - Baseado em suas últimas
discotecagens, quais foram as cinco músicas que você mais gostou
de ter tocado?
Alkan - "Milkshake", da Kelis.
Qualquer nova da Peaches. "Blue
Monday", do New Order, sempre.
"I Need Your Love", do Rapture.
E "Still in Love Song", do Stills.
Folha - Qual seu DJ favorito?
Alkan - Difícil apontar um. Eu
gosto bastante dos meus amigos
2Many DJ's. São os melhores dos
últimos quatro anos, eu acho. Pelo menos os que mais me divertem. Tem sempre os Chemical
Brothers e o Norman Cook [Fatboy Slim], insuperáveis.
Folha - Como surgiu o convite para você tocar no Brasil?
Alkan - Eu não sei, na verdade.
Meu agente me ligou dizendo:
"Você quer tocar no Brasil?". Eu
respondi: "Claro". Não tenho
idéia do público que vou encontrar, mas sei que o Brasil tem uma
boa cena de música eletrônica, de
clubes. Acho que vai ser divertido.
O festival vai ter Peaches, Rapture
e White Stripes, não? Só pode ser
bom.
Texto Anterior: Erudito: Piano de Bratke visita o romantismo e as suas periferias Próximo Texto: Frases Índice
|