São Paulo, sexta-feira, 08 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Elza Soares se entrega ao samba em novo show

Em "Beba-me", a cantora carioca relembra composições que gravou de 1959 a 92

Elza interpreta composições esquecidas; espetáculo deverá se transformar em CD e DVD gravados ao vivo; intérprete é tema de mostra


ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sai de cena a Elza Soares do rock, rap e da eletrônica, e entra a cantora que fez fama interpretando sambas com sua voz rouca e singular. Essa foi a maneira que a carioca encontrou para relembrar momentos marcantes de seus 57 anos de carreira e, de quebra, se reconciliar com o público que se ressentia dessa sua fase mais pop, registrada nos dois últimos discos: "Do Cóccix Até o Pescoço" (2002) e "Vivo Feliz" (2003).
Em "Beba-me", show que estréia hoje, no Sesc Vila Mariana, Elza mostra repertório que é resultado de uma pesquisa realizada pelo jornalista Rodrigo Faour, que se debruçou sobre sua discografia e reuniu clássicos registrados entre 1959 e 1992, período em que ela cantou, essencialmente, samba.
"É "Beba-me" porque sou fonte de inspiração para muita gente. Então, deixa eu ser uma fonte de inspiração para a Elza também", diz a própria. "Estou fazendo uma releitura das coisas boas feitas por mim."
Elza conta que, algumas músicas, ela nem mesmo lembrava que já havia gravado, entre elas, "Como Lutei", de Nei Lopes e Wilson Moreira, faixa do CD "Negra Elza, Elza Negra", de 1980. "Tenho pavor do passado, vivo muito o hoje. Mas há uma necessidade de mostrar o que fiz com dignidade e maravilhosamente bem", afirma.
Na relação, cabem também canções mais recentes, como "Dor de Cotovelo", de Caetano Veloso, escolhida pois é uma das canções em que se sente mais à vontade ao interpretar.
"Nesta, ela [Elza] extrapola, cantando sem microfone", diz o produtor José Gonzaga Araújo. Há também composições que nunca foram gravadas por ela, como "Lata d'Água" (Luiz Antônio e Jota Junior), mas que estão no espetáculo pelo que representam. "Só lembro de boas letras na repressão", destaca a cantora. "Todo mundo escrevia maravilhosamente bem, era um tesão cantar, havia uma necessidade de gritar."
O show, relata Araújo, deverá se transformar em um CD e um DVD gravados ao vivo, e se juntar à lista de novos lançamentos da cantora, que inclui ainda um documentário, dirigido por Isabel Jaguaribe, com previsão de estréia para abril de 2007.
Além disso, Elza Soares é tema de uma mostra de fotografias em cartaz na Caixa Cultural, que resgata momentos marcantes de sua trajetória.


ELZA SOARES
Shows:
hoje e sáb., às 21h; dom., às 18h
Onde: Sesc Vila Mariana (r. Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/5080-3000)
Quanto: R$ 10 a R$ 30
Exposição: ter. a dom., das 9h às 21h
Onde: Caixa Cultural (pça. da Sé, 111, tel. 0/xx/11/3107-0498)
Quanto: entrada franca


Texto Anterior: DVDs
Próximo Texto: Mundo Livre volta a dançar em novo CD
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.