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Elza Soares se entrega ao samba em novo show
Em "Beba-me", a cantora carioca relembra composições que gravou de 1959 a 92
Elza interpreta composições esquecidas; espetáculo deverá se transformar em CD e DVD gravados ao vivo; intérprete é tema de mostra
ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sai de cena a Elza Soares do
rock, rap e da eletrônica, e entra a cantora que fez fama interpretando sambas com sua
voz rouca e singular. Essa foi a
maneira que a carioca encontrou para relembrar momentos
marcantes de seus 57 anos de
carreira e, de quebra, se reconciliar com o público que se ressentia dessa sua fase mais pop,
registrada nos dois últimos discos: "Do Cóccix Até o Pescoço"
(2002) e "Vivo Feliz" (2003).
Em "Beba-me", show que estréia hoje, no Sesc Vila Mariana, Elza mostra repertório que
é resultado de uma pesquisa
realizada pelo jornalista Rodrigo Faour, que se debruçou sobre sua discografia e reuniu
clássicos registrados entre 1959
e 1992, período em que ela cantou, essencialmente, samba.
"É "Beba-me" porque sou fonte de inspiração para muita
gente. Então, deixa eu ser uma
fonte de inspiração para a Elza
também", diz a própria. "Estou
fazendo uma releitura das coisas boas feitas por mim."
Elza conta que, algumas músicas, ela nem mesmo lembrava
que já havia gravado, entre elas,
"Como Lutei", de Nei Lopes e
Wilson Moreira, faixa do CD
"Negra Elza, Elza Negra", de
1980. "Tenho pavor do passado,
vivo muito o hoje. Mas há uma
necessidade de mostrar o que
fiz com dignidade e maravilhosamente bem", afirma.
Na relação, cabem também
canções mais recentes, como
"Dor de Cotovelo", de Caetano
Veloso, escolhida pois é uma
das canções em que se sente
mais à vontade ao interpretar.
"Nesta, ela [Elza] extrapola,
cantando sem microfone", diz o
produtor José Gonzaga Araújo.
Há também composições
que nunca foram gravadas por
ela, como "Lata d'Água" (Luiz
Antônio e Jota Junior), mas
que estão no espetáculo pelo
que representam. "Só lembro
de boas letras na repressão",
destaca a cantora. "Todo mundo escrevia maravilhosamente
bem, era um tesão cantar, havia
uma necessidade de gritar."
O show, relata Araújo, deverá
se transformar em um CD e um
DVD gravados ao vivo, e se juntar à lista de novos lançamentos da cantora, que inclui ainda
um documentário, dirigido por
Isabel Jaguaribe, com previsão
de estréia para abril de 2007.
Além disso, Elza Soares é tema de uma mostra de fotografias em cartaz na Caixa Cultural, que resgata momentos
marcantes de sua trajetória.
ELZA SOARES
Shows: hoje e sáb., às 21h; dom., às
18h
Onde: Sesc Vila Mariana (r. Pelotas,
141, tel. 0/xx/11/5080-3000)
Quanto: R$ 10 a R$ 30
Exposição: ter. a dom., das 9h às 21h
Onde: Caixa Cultural (pça. da Sé, 111,
tel. 0/xx/11/3107-0498)
Quanto: entrada franca
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