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Ana Holck reinventa o espaço com grades e pontes
Com olhar de arquiteta, jovem artista carioca expõe simultaneamente em individual na galeria Virgilio e em temporada coletiva no Paço das Artes
GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Ana Holck estudou arquitetura já pensando em ser artista
plástica. O trabalho com estruturas e espaços aparece com toda força em suas obras, expostas em individual na galeria
Virgilio até o dia 16 e em mostra
coletiva no Paço das Artes até
17 de setembro.
Jovem artista carioca, Holck
trabalha especialmente com
instalações. Utilizando-se de
faixas de vinil adesivo, já construiu grandes "entrelaçamentos" em espaços como o Centro
Cultural São Paulo e o Paço Imperial, no Rio. Atualmente,
mostra sua série de sete "pontes", construídas com o mesmo
material, em menores -e mais
vendáveis- dimensões.
"A construção de uma ponte
é união intensa entre engenharia e arquitetura; trata-se de
vencer um vão" diz a artista, para quem as pontes não cabem
na definição de escultura nem
de maquetes, talvez por se situarem exatamente no meio de
todas essas definições.
"Cada um que via o trabalho
tentava defini-lo de uma forma
diferente. Para mim, são pontes, objetos tridimensionais."
Tanto na galeria quanto na
mostra coletiva do Paço, Holck
expõe sua série fotográfica
"Canteiro de Obras". Nela, a artista se aproveita de antigos
cromos da construção de uma
usina e, sobre as ampliações,
desenha sistemas de grades.
Uma vez feita a pintura, as imagens são refotografadas.
"Canteiro de Obras" recoloca
nossas contradições formadoras: a engenharia, o projeto e a
dureza do ferro são justapostas
à irregularidade, à fragilidade e
à falta de apoio das linhas que
artista desenha diretamente
sobre as ampliações", escreve o
crítico Cauê Alves em texto do
catálogo.
Trajetos
Os trabalhos de Holck costumam ser pensados em função
do espaço expositivo. No trabalho "Elevados" (2005), por
exemplo, as faixas de vinil tinham as mesmas cores do teto
e do piso do Paço Imperial, no
Rio, onde a instalação foi realizada, criando uma experiência
sensorial provocativa.
Para o crítico e curador Paulo
Sérgio Duarte, "na confusão
atual e seu turbilhão de imagens e sentidos lançados a torto
e a direito junto às teias de subjetividades, as instalações de
Holck são de uma clareza atroz
-dura e rigorosa- e se impõem como o próprio real, não
mais como uma realidade".
ANA HOLCK
Quando: de seg. a sex., das 10h às 19h;
sáb., das 10h às 17h; até 16/9
Onde: galeria Virgilio (r. Dr. Virgilio de
Carvalho Pinto, 426, SP, tel. 0/xx/11/
3062-9446)
Quanto: entrada franca
TEMPORADA DE PROJETOS 2006
Quando: ter. a sex., das 11h30 às 19h;
sáb. e dom., das 12h30 às 17h30; até
17/9
Onde: Paço das Artes (av. da Universidade, 1, SP, tel. 0/xx/11/3814-4832)
Quanto: grátis
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