São Paulo, sexta-feira, 08 de setembro de 2006

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Ana Holck reinventa o espaço com grades e pontes

Com olhar de arquiteta, jovem artista carioca expõe simultaneamente em individual na galeria Virgilio e em temporada coletiva no Paço das Artes

GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Ana Holck estudou arquitetura já pensando em ser artista plástica. O trabalho com estruturas e espaços aparece com toda força em suas obras, expostas em individual na galeria Virgilio até o dia 16 e em mostra coletiva no Paço das Artes até 17 de setembro.
Jovem artista carioca, Holck trabalha especialmente com instalações. Utilizando-se de faixas de vinil adesivo, já construiu grandes "entrelaçamentos" em espaços como o Centro Cultural São Paulo e o Paço Imperial, no Rio. Atualmente, mostra sua série de sete "pontes", construídas com o mesmo material, em menores -e mais vendáveis- dimensões.
"A construção de uma ponte é união intensa entre engenharia e arquitetura; trata-se de vencer um vão" diz a artista, para quem as pontes não cabem na definição de escultura nem de maquetes, talvez por se situarem exatamente no meio de todas essas definições.
"Cada um que via o trabalho tentava defini-lo de uma forma diferente. Para mim, são pontes, objetos tridimensionais."
Tanto na galeria quanto na mostra coletiva do Paço, Holck expõe sua série fotográfica "Canteiro de Obras". Nela, a artista se aproveita de antigos cromos da construção de uma usina e, sobre as ampliações, desenha sistemas de grades.
Uma vez feita a pintura, as imagens são refotografadas. "Canteiro de Obras" recoloca nossas contradições formadoras: a engenharia, o projeto e a dureza do ferro são justapostas à irregularidade, à fragilidade e à falta de apoio das linhas que artista desenha diretamente sobre as ampliações", escreve o crítico Cauê Alves em texto do catálogo.

Trajetos
Os trabalhos de Holck costumam ser pensados em função do espaço expositivo. No trabalho "Elevados" (2005), por exemplo, as faixas de vinil tinham as mesmas cores do teto e do piso do Paço Imperial, no Rio, onde a instalação foi realizada, criando uma experiência sensorial provocativa.
Para o crítico e curador Paulo Sérgio Duarte, "na confusão atual e seu turbilhão de imagens e sentidos lançados a torto e a direito junto às teias de subjetividades, as instalações de Holck são de uma clareza atroz -dura e rigorosa- e se impõem como o próprio real, não mais como uma realidade".


ANA HOLCK
Quando:
de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h; até 16/9
Onde: galeria Virgilio (r. Dr. Virgilio de Carvalho Pinto, 426, SP, tel. 0/xx/11/ 3062-9446)
Quanto: entrada franca

TEMPORADA DE PROJETOS 2006
Quando:
ter. a sex., das 11h30 às 19h; sáb. e dom., das 12h30 às 17h30; até 17/9
Onde: Paço das Artes (av. da Universidade, 1, SP, tel. 0/xx/11/3814-4832)
Quanto: grátis


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