São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2010

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Nova geração do rap fala "das quebradas" com leveza

Carioca Akira Presidente e paulistano Rael da Rima diversificam referências buscando "agradar a todos"

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA

Com eles não tem cara feia. O rap feito por Akira Presidente, Rael da Rima e Rincon Sapiência trata com leveza de temas caros ao hip-hop, como o "corre diário nas quebradas".
"Quero agradar a todos. Me sinto à vontade no show de jazz e também no baile funk", diz Akira, apelido que o advogado carioca Paulo Ferreira, 30, ganhou ainda moleque.
A formação, explica, lhe deu "firmeza para falar aquilo que pensa". "Sei muito bem o que o cidadão comum sente nos pormenores. Nunca vivi na pele de um bandido", compara.
Em seu disco de estreia, "Meu Sotaque Meu Flow", esses pormenores se traduzem em descrições com suingue e em boa rima do cotidiano de um menino do Rio: a moça rebola no baile funk ("Mexe Mina"), o moleque prefere o rap à malandragem ("Qué Dindin") e, é claro, ambos morrem de amores pela cidade ("Rio").
Junto dele, está a novíssima geração do rap, representada por Stephan, filho de Marcelo D2, que participa do álbum ao lado dos veteranos Aori e Max B.O. O paulistano Rael da Rima, 27, do tradicional grupo Pentágono, se lançou em carreira solo com "MP3" para conquistar um público "além do rap". No trabalho, ele flerta com os ritmos jamaicanos num formato pouco usual no hip-hop nacional, acompanhado por uma banda.
"O som fica mais refinado, tem mais musicalidade e o barulho no palco é maior", diz Rael, que acabou de voltar de uma turnê no Canadá, onde se apresentou com o Trio Bruxo -a reunião ocorre dia 16, no Serralheria, em São Paulo (r. Guaicurus, 857).
Com referências de Jorge Ben e Bob Marley, Rael interpreta letras com boas sacadas como a de "Trabalhador", candidata a hit que trata de um dia na vida de um cara que "vai dormir tarde e acorda bem cedo". Se "Trabalhador" tem chances de agradar nas pistas, "Elegância", de Rincon Sapiência, já emplacou.
Foi o DJ King quem lançou a moda nos clubes paulistanos e, de repente, todos estavam cantando o miami bass que trata de um negro "metido" e "bem vestido". A fama de Danilo Albert Ambrosio, 24, chegou aos ouvidos do produtor Rick Bonadio, da gravadora Midas Music", que vai lançar seu primeiro CD em novembro.
"Estamos preparando um trabalho com conceito audiovisual. O show terá telão com as músicas "linkadas" às imagens", diz Rincon, que busca fazer um rap "universal".


MEU SOTAQUE MEU FLOW

ARTISTA Akira Presidente
LANÇAMENTO independente
QUANTO R$ 10, em média

MP3

ARTISTA Rael da Rima
LANÇAMENTO independente
QUANTO R$ 10, em média




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