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Nova geração do rap fala "das quebradas" com leveza
Carioca Akira Presidente e paulistano Rael da Rima diversificam referências buscando "agradar a todos"
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA
Com eles não tem cara feia.
O rap feito por Akira Presidente, Rael da Rima e Rincon
Sapiência trata com leveza
de temas caros ao hip-hop,
como o "corre diário nas quebradas".
"Quero agradar a todos. Me sinto à vontade
no show de jazz e também no baile funk", diz
Akira, apelido que o
advogado carioca
Paulo Ferreira, 30, ganhou ainda moleque.
A formação, explica, lhe deu "firmeza
para falar aquilo que
pensa". "Sei muito
bem o que o cidadão
comum sente nos pormenores. Nunca vivi
na pele de um bandido",
compara.
Em seu disco de estreia,
"Meu Sotaque Meu Flow",
esses pormenores se traduzem em descrições com suingue e em boa rima do cotidiano de um menino do Rio: a
moça rebola no baile funk
("Mexe Mina"), o moleque
prefere o rap à malandragem
("Qué Dindin") e, é claro,
ambos morrem de amores
pela cidade ("Rio").
Junto dele, está a novíssima geração do rap, representada por Stephan, filho de
Marcelo D2, que participa do
álbum ao lado dos veteranos
Aori e Max B.O.
O paulistano Rael da Rima, 27, do tradicional grupo
Pentágono, se lançou em carreira solo com "MP3" para
conquistar um público "além
do rap". No trabalho, ele flerta com os ritmos jamaicanos
num formato pouco usual no
hip-hop nacional, acompanhado por uma banda.
"O som fica mais refinado,
tem mais musicalidade e o
barulho no palco é maior",
diz Rael, que acabou de voltar de uma turnê no Canadá,
onde se apresentou com o
Trio Bruxo -a reunião ocorre
dia 16, no Serralheria, em São
Paulo (r. Guaicurus, 857).
Com referências de Jorge
Ben e Bob Marley, Rael interpreta letras com boas sacadas como a de "Trabalhador", candidata a hit que trata de um dia na vida de um
cara que "vai dormir tarde e
acorda bem cedo".
Se "Trabalhador" tem
chances de agradar nas pistas, "Elegância", de Rincon
Sapiência, já emplacou.
Foi o DJ King quem lançou
a moda nos clubes paulistanos e, de repente, todos estavam cantando o miami bass
que trata de um negro "metido" e "bem vestido".
A fama de Danilo Albert
Ambrosio, 24, chegou aos
ouvidos do produtor Rick Bonadio, da gravadora Midas
Music", que vai lançar seu
primeiro CD em novembro.
"Estamos preparando um
trabalho com conceito audiovisual. O show terá telão com
as músicas "linkadas" às imagens", diz Rincon, que busca
fazer um rap "universal".
MEU SOTAQUE MEU FLOW
ARTISTA Akira Presidente
LANÇAMENTO independente
QUANTO R$ 10, em média
MP3
ARTISTA Rael da Rima
LANÇAMENTO independente
QUANTO R$ 10, em média
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