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LITERATURA
Casa Josué
Montello
reabre com
cartas de JK
IRINEU MACHADO
da Agência Folha, em São Luís
Uma coleção de cem cartas
manuscritas do ex-presidente
da República Juscelino Kubitschek é a principal novidade do
acervo da Casa de Cultura Josué
Montello, reinaugurada em São
Luís em virtude das comemorações do aniversário de 80 anos
do escritor maranhense.
Numa das cartas, escrita em
uma viagem de Paris a Nova
York, Kubitschek diz sentir-se
"só e não muito feliz" e agradece Montello por tê-lo presenteado com seu livro "Os Degraus
do Paraíso" (1965).
"A solidão já pesa como
chumbo em minhas costas. Falta-me o oxigênio brasileiro", escreveu o ex-presidente.
Segundo Montello, as cartas
de Kubitschek (morto em 1976)
a ele mostram que o ex-presidente só teve dois amigos quando foi preso pelo regime militar:
"eu e Tancredo Neves, que fomos os únicos a visitá-lo na prisão".
A Casa de Cultura, aberta em
1983 e transferida em 1990 para
outro prédio, na rua das Hortas
(centro histórico de São Luís),
estava fechada havia três meses
para reforma, a primeira desde
sua inauguração. Os recursos
para a obra foram concedidos
pela Telebrás.
Estão disponíveis para consulta mais de 30 mil livros doados
pelo escritor, ex-presidente da
Academia Brasileira de Letras.
Destacam-se também os manuscritos originais da obra "O
Mulato", de Aluísio Azevedo,
publicada em 1881.
Montello, com 131 livros publicados, disse que prepara dois
novos lançamentos para os próximos meses. "Diário das Madrugadas" e "Diário das Minhas
Vigílias" são os dois primeiros
de um total de seis volumes de
seus diários, escritos desde 1952
até hoje.
"Aprendi que é pela operosidade que se conquista a longevidade. O que quem quer morrer
cedo faz é olhar para o chão",
disse.
Membros da Academia Brasileira de Letras, como a atual presidente, Nélida Piñon, e o senador José Sarney, participaram
das comemorações do aniversário de Montello.
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