São Paulo, segunda, 8 de setembro de 1997.



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San Francisco reinaugura seu auditório de ópera com divas



ADRIANE GRAU
especial para a Folha, em San Francisco

Quem gosta de ópera em razão do glamour que cerca as grandes estréias e não exatamente pelo libreto representado, teve um prato cheio na reabertura da Ópera de San Francisco, sexta-feira à noite. O evento foi uma miscelânea de árias diversas interpretadas por algumas das melhores vozes dos Estados Unidos.
Ocupando o posto de mestre de cerimônias, a cantora aposentada Beverly Sills, que começou sua carreira em San Francisco, introduziu um a um os companheiros de carreira.
Após o hino nacional, a soprano Deborah Voigt encheu o auditório com as palavras de "Dich, Teure Halle", da ópera "Tannhauser", de Richard Wagner.
O ponto alto do primeiro ato foi a divertida interpretação de "Habanera", de "Carmen", pela mezzo-soprano Frederica Von Stade. Em seguida Deborah Voigt se uniu a Plácido Domingo para entoar a ária "Winterstuerme... Du bist der Lenz", parte das "Valquírias", de Wagner.
Minutos depois, o tenor Domingo, bebendo champanhe em festa nos camarotes, afirmou à Folha sentir-se honrado por ser o único cantor estrangeiro convidado para a noite.
"Mesmo depois de tantos anos, ainda fico nervoso ao aparecer em frente à platéia", disse Domingo. "O público não sabe das dúvidas que passam pela minha cabeça antes de cada performance."
A abertura do segundo ato ficou por conta da soprano Carol Vaness, que cantou um excerto de "Tosca", de Puccini, produção que ocupa, na íntegra, a sala pelas próximas duas semanas.
O grande final foi em tom de musical, com vários cantores se unindo na composição "So Many Notes!" (Tantas notas), criada por Jake Heggie especialmente para a ocasião.
Terremotos
O prédio sofreu reforma de US$ 88,5 milhões que durou 18 meses para se adaptar às exigências da lei de segurança contra terremotos. O público de sexta pagou entre US$ 100 e US$ 5.000 para ocupar um dos 3.176 assentos remodelados ergonomicamente.
Segundo o prefeito de San Francisco, Willie Brown, o auditório de ópera é a sala de visitas de uma cidade. "Para mim também poderia ser o quintal", brincou, fazendo referência ao prédio da prefeitura, defronte ao auditório, que está fechado para reforma.
As comemorações da reinauguração do prédio construído em 1932 continuam ao longo desta semana com visitas guiadas aos bastidores do teatro.



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