São Paulo, terça, 8 de setembro de 1998

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Garbage prepara vinda ao Brasil até janeiro de 99

especial para a Folha, em Reading

O Garbage fez um dos shows mais eficientes do Reading Festival. A banda, que está na estrada desde maio, divulgando o álbum "Version 2.0", foi escalada para tocar como última atração do festival, dia 30 de agosto, no palco principal, logo depois do New Order.
Composta pelos americanos Butch Vig (bateria), Duke Erickson (guitarra), Steve Marker (guitarra) e pela escocesa Shirley Manson (vocais), o Garbage vendeu quatro milhões de cópias do seu primeiro disco, "Garbage", alcançando rapidamente o time de primeiro escalão da música pop.
Em entrevista à Folha, Manson garantiu que a banda deve preparar sua vinda ao Brasil até, no máximo, janeiro de 99. (LV e VR)

Folha - Vocês trabalharam por quase um ano nos estúdios da banda, em Madison (EUA), para finalizar "Version 2.0". Como é tocar ao vivo um CD tão elaborado?
Butch Vig -
Nós usamos muita tecnologia, mais do que na turnê anterior. Encontramos uma maneira de usar essa tecnologia interativamente, para as músicas ficarem mais espontâneas.
Folha - Até onde as letras das músicas são autobiográficas?
Shirley Manson -
A maior parte das letras sou eu quem faz, por isso, obviamente, são muito pessoais. Mas muitas vezes são sobre coisas que estou vendo na vida de outras pessoas. Ainda assim, é minha interpretação sobre esses fatos.
Folha - Que bandas atualmente vocês gostam mais?
Manson -
Girls against Boys, Placebo. Tivemos a sorte de ouvir o novo disco do Hole, que é maravilhoso. Adoramos o novo CD da PJ Harvey.
Vig - Outro dia, numa entrevista, eu disse de brincadeira que só escutava Mariah Carrey, Michael Bolland e Kenny G. Eles disseram: "Sério?", e eu mandei: "Lógico, o novo disco de remixes do Kenny G. é sensacional!" (risos).
Folha - Durante a premiação do Grammy, houve um incidente em que vocês foram citados como não estando satisfeitos com a premiação. O que aconteceu?
Manson -
Foi uma brincadeira. Quando estivemos na premiação, achamos hilário todas aquelas pessoas ali, todas arrumadas e bem vestidas, naquela cerimônia chatíssima. Quando os competidores perdiam os seus prêmios, ficavam aplaudindo e sorrindo para os vencedores, e isso é muito hipócrita. Achamos que seria uma travessura divertida armar o maior circo do tipo: "O quê?? Não ganhamos?? Vamos quebrar tudo!". Mas nos contivemos. Por outro lado, seu instinto natural, mesmo sabendo que o Grammy não significa absolutamente nada, é ganhar alguma coisa. Senão são duas horas do mais puro tédio. Enche o saco.
Folha - Vocês têm planos de tocar no Brasil?
Manson -
Estamos mortos de vontade de ir. Ainda temos que acertar a data, mas isso deve acontecer até o fim deste ano ou, no máximo, janeiro de 99. Não sabemos muito do país, só que vocês têm o melhor futebol do mundo.



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