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Garbage prepara vinda ao Brasil até janeiro de 99
especial para a Folha, em Reading
O Garbage fez um dos shows
mais eficientes do Reading Festival. A banda, que está na estrada
desde maio, divulgando o álbum
"Version 2.0", foi escalada para tocar como última atração do festival, dia 30 de agosto, no palco principal, logo depois do New Order.
Composta pelos americanos
Butch Vig (bateria), Duke Erickson (guitarra), Steve Marker (guitarra) e pela escocesa Shirley Manson (vocais), o Garbage vendeu
quatro milhões de cópias do seu
primeiro disco, "Garbage", alcançando rapidamente o time de primeiro escalão da música pop.
Em entrevista à Folha, Manson
garantiu que a banda deve preparar sua vinda ao Brasil até, no máximo, janeiro de 99.
(LV e VR)
Folha - Vocês trabalharam por
quase um ano nos estúdios da
banda, em Madison (EUA), para finalizar "Version 2.0". Como é tocar
ao vivo um CD tão elaborado?
Butch Vig - Nós usamos muita
tecnologia, mais do que na turnê
anterior. Encontramos uma maneira de usar essa tecnologia interativamente, para as músicas ficarem mais espontâneas.
Folha - Até onde as letras das
músicas são autobiográficas?
Shirley Manson - A maior parte
das letras sou eu quem faz, por isso, obviamente, são muito pessoais. Mas muitas vezes são sobre
coisas que estou vendo na vida de
outras pessoas. Ainda assim, é minha interpretação sobre esses fatos.
Folha - Que bandas atualmente
vocês gostam mais?
Manson - Girls against Boys, Placebo. Tivemos a sorte de ouvir o
novo disco do Hole, que é maravilhoso. Adoramos o novo CD da PJ
Harvey.
Vig - Outro dia, numa entrevista,
eu disse de brincadeira que só escutava Mariah Carrey, Michael Bolland e Kenny G. Eles disseram:
"Sério?", e eu mandei: "Lógico, o
novo disco de remixes do Kenny G.
é sensacional!" (risos).
Folha - Durante a premiação do
Grammy, houve um incidente em
que vocês foram citados como não
estando satisfeitos com a premiação. O que aconteceu?
Manson - Foi uma brincadeira.
Quando estivemos na premiação,
achamos hilário todas aquelas pessoas ali, todas arrumadas e bem
vestidas, naquela cerimônia chatíssima. Quando os competidores
perdiam os seus prêmios, ficavam
aplaudindo e sorrindo para os vencedores, e isso é muito hipócrita.
Achamos que seria uma travessura
divertida armar o maior circo do
tipo: "O quê?? Não ganhamos??
Vamos quebrar tudo!". Mas nos
contivemos. Por outro lado, seu
instinto natural, mesmo sabendo
que o Grammy não significa absolutamente nada, é ganhar alguma
coisa. Senão são duas horas do
mais puro tédio. Enche o saco.
Folha - Vocês têm planos de tocar
no Brasil?
Manson - Estamos mortos de
vontade de ir. Ainda temos que
acertar a data, mas isso deve acontecer até o fim deste ano ou, no máximo, janeiro de 99. Não sabemos
muito do país, só que vocês têm o
melhor futebol do mundo.
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