São Paulo, sábado, 08 de outubro de 2005

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CINEMA

Júri consagra a estréia de Sérgio Machado; público prefere João Falcão

Rio premia "Cidade Baixa" e "Máquina"

DA REPORTAGEM LOCAL

A tão almejada pulverização da distribuição de verbas no cinema brasileiro encontrou ecos anteontem à noite na cerimônia de premiação do Festival do Rio, no Cine Odeon BR.
O estreante Sérgio Machado levou o prêmio de melhor filme do júri oficial com o seu "Cidade Baixa", longa produzido pela Videofilmes, de Walter Salles. O filme do diretor baiano também faturou o troféu de melhor atriz para Alice Braga, sobrinha de Sônia Braga, que vive uma prostituta disputada por dois amigos de infância, interpretados pela inseparável dupla Lázaro Ramos e Wagner Moura.
O júri, presidido por Marco Müller e composto pela diretora Katia Lund, a roteirista Elena Soárez e o ator Milton Gonçalves, deu a Beto Brant o prêmio de melhor diretor por "Crime Delicado", filme que surpreendeu o público do festival pela sua experimentação. Brant já havia sido premiado pelo filme no Festival de Gramado.
"Cinema, Aspirina e Urubus", do também estreante Marcelo Gomes, levou o prêmio especial do júri, sendo ovacionado pela platéia. O filme do cineasta pernambucano também ficou com o prêmio de melhor ator para o baiano João Miguel.
Entre os documentários, foram premiados "500 Almas", de Joel Pizzini (pelo júri oficial), e "Do Luto à Luta", de Evaldo Mocarzel (pelo júri popular).
O prêmio de melhor filme do júri popular foi para "A Máquina", de João Falcão. "Árido Movie", de Lírio Ferreira, cuja première teve uma recepção morna da platéia, não recebeu nenhum prêmio.
Os escolhidos pelo público também recebem prêmios em dinheiro: R$ 20 mil para o melhor longa de ficção e R$ 5.000 para o melhor documentário, concedidos pela rede Cinemark. A Globo Filmes também deu R$ 100 mil em mídia para "Do Luto à Luta".
A Federação Internacional de Imprensa (Fipresci) deu o prêmio de melhor filme latino-americano para "Batalha no Céu", do mexicano Carlos Reygadas ("Japão"), e um troféu especial a "Crime Delicado", de Beto Brant.
Entre os curtas, o público votou em "Historietas Assombradas (Para Crianças Malcriadas)", de Victor Hugo Borges. Já o júri ficou com "Curupira", de Fábio Mendonça e Guilherme Ramalho.
O público do Festival do Rio deste ano foi estimado em mais de 230 mil pessoas.

Repescagem
Até o dia 13, acontece a tradicional "repescagem", com reprise dos filmes mais procurados, como "2046", de Wong Kar-wai, "O Mundo", de Jia Zhang-ke, "Escola do Riso", de Mamuro Hosi, "Uma Mulher contra Hitler", de Marc Rothemund, e "Café Lumière", de Hou Hsiao Hsien. As sessões acontecem apenas no Odeon BR, na Cinelândia.


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