São Paulo, segunda-feira, 08 de outubro de 2007

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Crítica/cinema

"Metal" agrada até quem odeia metal

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

"Metal - Uma Jornada pelo Mundo do Heavy Metal" é um documentário que merece ser visto não apenas por amantes de heavy metal, mas, principalmente, pela outra metade do planeta, aquela formada pelos que não conhecem ou odeiam heavy metal.
As bandas, os guitar heroes, os subgêneros, imagens de shows. Tem tudo isso no filme, mas seu foco é outro. O diretor Sam Dunn, um antropólogo, procura entender como esse mundo funciona, suas regras e por que ele é tão negligenciado por quem não faz parte dele.
"Música sem sofisticação para pessoas que não têm sofisticação." Essa é uma das críticas dirigidas ao heavy metal abordadas no documentário. Há ainda cenas da movimentação que políticos e personalidades norte-americanos como Tipper Gore (mulher de Al Gore) realizaram nos anos 80 contra o que chamavam de "música do demônio", que com suas obscenidades estimularia jovens a cometer crimes e, até, suicídio.
Fã de Iron Maiden e de outras bandas pesadas desde a adolescência, Dunn conhece bem e é apaixonado pelo tema, mas o trata com didatismo e um saudável distanciamento.
O filme traça paralelos entre os solos de guitarra de gente como Eddie Van Halen com clássicos como Wagner e com velhos blueseiros americanos. E não deixa de ir até a outra ponta do gênero, apresentando o black metal norueguês com suas bandas satanistas. "Heavy Metal" diverte, explica e faz você sair do cinema fazendo o sinal do chifrinho.


METAL - UMA JORNADA PELO MUNDO DO HEAVY METAL
Direção:
Sam Dunn
Produção: Canadá, 2005
Onde: em cartaz no Cine Bombril e no Frei Caneca Unibanco Arteplex
Avaliação: ótimo


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