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Crítica/cinema
"Metal" agrada até quem odeia metal
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
"Metal - Uma Jornada pelo Mundo do Heavy Metal" é um documentário que
merece ser visto não apenas
por amantes de heavy metal,
mas, principalmente, pela outra metade do planeta, aquela
formada pelos que não conhecem ou odeiam heavy metal.
As bandas, os guitar heroes,
os subgêneros, imagens de
shows. Tem tudo isso no filme,
mas seu foco é outro. O diretor
Sam Dunn, um antropólogo,
procura entender como esse
mundo funciona, suas regras e
por que ele é tão negligenciado
por quem não faz parte dele.
"Música sem sofisticação para pessoas que não têm sofisticação." Essa é uma das críticas
dirigidas ao heavy metal abordadas no documentário. Há
ainda cenas da movimentação
que políticos e personalidades
norte-americanos como Tipper Gore (mulher de Al Gore)
realizaram nos anos 80 contra
o que chamavam de "música do
demônio", que com suas obscenidades estimularia jovens a
cometer crimes e, até, suicídio.
Fã de Iron Maiden e de outras bandas pesadas desde a
adolescência, Dunn conhece
bem e é apaixonado pelo tema,
mas o trata com didatismo e
um saudável distanciamento.
O filme traça paralelos entre
os solos de guitarra de gente como Eddie Van Halen com clássicos como Wagner e com velhos blueseiros americanos. E não deixa de ir até a outra ponta
do gênero, apresentando o
black metal norueguês com
suas bandas satanistas.
"Heavy Metal" diverte, explica e faz você sair do cinema fazendo o sinal do chifrinho.
METAL - UMA JORNADA PELO
MUNDO DO HEAVY METAL
Direção: Sam Dunn
Produção: Canadá, 2005
Onde: em cartaz no Cine Bombril e no
Frei Caneca Unibanco Arteplex
Avaliação: ótimo
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