São Paulo, quinta, 8 de outubro de 1998

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Projeto pedia renovação na arte

da Redação

A exposição Antarctica Artes com a Folha reuniu paralelamente à última Bienal trabalhos de jovens artistas brasileiros escolhidos por um grupo de curadores especialmente convidados para participar do evento.
O então editor-executivo da Folha, Matinas Suzuki Jr., hoje no Grupo Abril, foi um dos idealizadores e realizadores do projeto, sobre o qual fala a seguir.

Folha - Como nasceu a idéia do projeto Antarctica Artes com a Folha?
Matinas Suzuki Jr. -
A Folha tinha a idéia de realizar um grande evento de cultura jovem brasileira em São Paulo. A idéia era trazer para cá a novíssima geração do teatro, do cinema, do vídeo, das artes, da música etc. Era um projeto ambicioso e caro, para o qual teríamos que procurar patrocinadores.
Quando o Nizan Guanaes e a agência DM9 nos procuraram para realizar um evento conjunto com a Antarctica em São Paulo, nós apresentamos a idéia. Por questões de custo e de dificuldades de produção de um evento mais geral, nós fechamos o projeto nas artes visuais, incluindo a fotografia e a computação gráfica.
O foco em uma modalidade acabou se revelando muito bom, pois foi possível formatar, junto com os escritórios da Bia Aydar e da Isabella Prata, a idéia de uma curadoria que fizesse uma mapeamento da produção emergente no Brasil, na minha opinião a grande contribuição do projeto.
Folha - Como você avalia a repercussão daquela mostra?
Suzuki Jr. -
As pessoas costumam avaliar o Antarctica Artes com a Folha sob o aspecto geracional, que ele seria uma espécie de reativação de projetos como o Geração 80 etc. Por um lado, isso é verdade, mas o nosso evento tinha um diferencial que era justamente o mapeamento da produção brasileira.
Nossos curadores vararam o Brasil atrás de talentos, o que dá uma característica diferente para o projeto. A repercussão, para mim, foi maior do que a esperada: a crítica estrangeira que veio para a última Bienal, em peso, destacou a importância do evento.
O fato de termos convidado curadores de mostras jovens fora do Brasil para participar do júri também ajudou na divulgação internacional do evento. Mas o mais importante foi poder ver a consolidação muito rápida de alguns nomes que surgiram com o Antarctica Artes com a Folha.
Folha - O que você achou do lançamento do livro?
Suzuki Jr. -
É importante, porque ficamos devendo um catálogo do evento. Que ele tenha saído agora, afinal de contas, acabou sendo interessante, pois chega no clima da Bienal.



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