BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

A vida do ucraniano Pascal Arbez, 29, poderia ser apenas mais um lacrimoso caso de artista de origem humilde que conseguiu superar as dificuldades. Conhecido como Vitalic, o produtor faz hoje um live PA (considerado um dos melhores da atualidade) no Lov.e. No entanto, ele não corre o risco de ser mais lembrado pela sua atípica biografia. Suas poderosas misturas sonoras, que incluem elementos do pop dos anos 80, levam mais melodia ao tecno.
Segundo seu site, que está atualmente fora do ar, ele emigrou para a Alemanha em 1989, onde sobrevivia de bicos como tocador de trubka (instrumento ucraniano) e prostituição. "Foi um erro ter falado sobre isso. Minha vida hoje está mais calma, tenho um bebê", diz o produtor.
Foram as próprias dificuldades financeiras que contribuíram para a criação de uma sonoridade que encontrou filiação no selo alemão International Deejay Gigolo, berço do novo electro e sonoridades do tecnopop dos anos 80.
"O começo da minha carreira foi lenta porque tive que ir juntando aos poucos os equipamentos", explica. Inicialmente apresentando-se como Dima, Vitalic teve faixas suas incluídas nos sets de figurões como Laurent Garnier e Carl Cox. Começou a ficar mais conhecido em 2001, com o EP "Poney", sucesso nas paradas européias. "Não me considero parte do revival. A maioria dos músicos acredita que pode usar técnicas básicas de 20 anos atrás."