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FILMES
TV ABERTA
"Irmãos de Sangue" revolve questão racial
Meu Cachorro Skip
SBT, 14h20.
(My Dog Skip). EUA, 99, 95 min. Direção:
Jay Russell. Com Kevin Bacon, Diane
Lane. Em 1942, durante a guerra, menino
tímido busca um amigo. Vai encontrá-lo
na pessoa de Skip, cãozinho que ganha
de presente ao completar nove anos.
Dois Policiais em Apuros
Globo, 16h15.
(Running Scared). EUA, 86, 107 min.
Direção: Peter Hyams. Com Gregory
Hines, Billy Crystal. Tiras de Chicago e
amigos, Hines e Crystal tiram uma folga
do combate a uma quadrilha da pesada,
enquanto sonham em abrir negócio
próprio em Key West, Flórida.
O Colecionador de Ossos
Globo, 23h05.
(The Bone Collector). EUA, 99, 118 min.
Direção: Phillip Noyce. Com Denzel
Washington, Angelina Jolie, Michael
Rooker. Denzel é o tira brilhante, hoje
tetraplégico, que dispõe apenas de seu
cérebro para encarar a gincana proposta
por um "serial killer" (ficar encontrando
cadáveres e tentar resolver o mistério).
Não é qualquer realizador que consegue
sair ileso desse tipo de história. E Phillip
Noyce não é um deles. Desperdício de
Denzel Washington.
Kalifornia
SBT, 0h.
EUA, 93, 118 min. Direção: Dominic Sena.
Com Brad Pitt, Juliette Lewis. Casal que
pretende atravessar vários Estados,
fazendo um roteiro de crimes famosos, é
abalroado por um ex-presidiário (Pitt) e
sua namorada (Lewis). Sensacionalista,
metido a artístico, tocado a poder de
efeitos. Enfim, uma laboriosa fraude.
Amor e Sedução
Bandeirantes,2h.
(Jane Street). EUA, 96, 91 min. Direção:
Vicangelo Bulluck. Com Linda Hoffman,
D.K. Kelly. Garota transa com o chefe,
casado. Sente-se culpada e tal. Mas o
problema mesmo é que há um mistério
no apartamento onde vive, que a deixa
transtornada. "Erotic thriller", quer dizer,
é aquela coisa nem bem thriller, nem
bem erotic.
Testemunha do Passado
SBT, 2h20.
(Brother Future). EUA, 91. Direção: Roy
Campanella. Com Phil Lewis, Carl
Lumbly, Vonetta McGee. Jovem negro é
atropelado, bate a cabeça no chão,
desmaia e, em vista disso tudo, é
remetido ao passado, a 1822, tempo de
escravatura de que será testemunha.
Não Somos Anjos
Globo, 3h20.
(We're No Angels). EUA, 89, 106 min.
Direção: Neil Jordan. Com Robert de Niro,
Sean Penn. Dois presidiários escapam e
se refugiam num mosteiro. Embora um
tanto esnobado, esse exercício de humor
de Jordan é sempre original e explora
bem o talento de seus atores.
Irmãos de Sangue
SBT, 4h20.
(Clockers). EUA, 95, 128 min. Direção:
Spike Lee. Com Harvey Keitel, John
Turturro, Delroy Lindo. Os problemas da
criminalidade na comunidade negra, a
partir dos problemas de um "clocker" (o
posto mais baixo na hierarquia do
submundo, setor drogas). A questão
racial tomada a peito, como sempre em
Spike Lee, e vista com força e
originalidade. Só para São Paulo.
(IA)
TV PAGA
Pioneiros, "vovôs" Lumière ensinam a filmar
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
No filme "Lumière e Cia.",
muita coisa é fetichismo, a
começar pela câmera de 1895 que
os cineastas de 1995 olham deslumbrados. Mas é preciso dar um
tempo aos juízos críticos: é mais
do que justo que diretores de cinema se emocionem diante da
possibilidade de estar usando
uma relíquia dessa natureza.
A idéia geral é bem interessante:
fazer um filme de 52 segundos,
num único plano, sem som sincronizado. Representa um desafio para pessoas acostumadas a
fazer filmes de duas horas. Para
que tudo não fique parecendo
uma versão particular do Festival
do Minuto, acrescenta-se outro
aspecto fetichista: cenas das próprias filmagens. "Lumière e Cia."
é um filme cujo "making of" já
vem dentro. Em acréscimo, a produção faz perguntas incômodas
ao diretores: "Por que você filma?", "O cinema vai morrer?".
Intercalados vêm os pequenos
filmes. São absolutamente desiguais. Para Jacques Rivette, por
exemplo, parece que 52 segundos
é, simultaneamente, muito e pouco tempo. Claude Miller faz um
filmete gracioso, bem lumièresco.
Wim Wenders é uma decepção
completa (como seus filmes mais
recentes), e Peter Greenaway, o
entojo de sempre.
Mas tudo isso serve para comparar os cineastas de hoje aos vovôs Lumière. Nada mais enganoso do que imaginar que, por serem os primeiros, são também
primitivos.
O filmete inicial, "Os Primeiros
Passos do Bebê", para mim foi
uma novidade e uma descoberta.
O andar trôpego do bebê é captado com tal delicadeza e sentimento da novidade que é aquele ser,
que se identifica ao próprio cinema, que dava seus primeiros passos, definitivos: aquela coisa viva
que está lá, que os Lumière souberam captar, permanece um desafio. Ah, o filmete de Kiju Yoshida
merece atenção. E o de Abbas
Kiarostami é uma pequena obra-prima.
LUMIÈRE E CIA. Quando: hoje, às 12h,
no Eurochannel.
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