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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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FILMES

TV ABERTA

"Irmãos de Sangue" revolve questão racial

Meu Cachorro Skip
SBT, 14h20.
  
(My Dog Skip). EUA, 99, 95 min. Direção: Jay Russell. Com Kevin Bacon, Diane Lane. Em 1942, durante a guerra, menino tímido busca um amigo. Vai encontrá-lo na pessoa de Skip, cãozinho que ganha de presente ao completar nove anos.

Dois Policiais em Apuros
Globo, 16h15.
  
(Running Scared). EUA, 86, 107 min. Direção: Peter Hyams. Com Gregory Hines, Billy Crystal. Tiras de Chicago e amigos, Hines e Crystal tiram uma folga do combate a uma quadrilha da pesada, enquanto sonham em abrir negócio próprio em Key West, Flórida.

O Colecionador de Ossos
Globo, 23h05.
 
(The Bone Collector). EUA, 99, 118 min. Direção: Phillip Noyce. Com Denzel Washington, Angelina Jolie, Michael Rooker. Denzel é o tira brilhante, hoje tetraplégico, que dispõe apenas de seu cérebro para encarar a gincana proposta por um "serial killer" (ficar encontrando cadáveres e tentar resolver o mistério). Não é qualquer realizador que consegue sair ileso desse tipo de história. E Phillip Noyce não é um deles. Desperdício de Denzel Washington.

Kalifornia
SBT, 0h.
 
EUA, 93, 118 min. Direção: Dominic Sena. Com Brad Pitt, Juliette Lewis. Casal que pretende atravessar vários Estados, fazendo um roteiro de crimes famosos, é abalroado por um ex-presidiário (Pitt) e sua namorada (Lewis). Sensacionalista, metido a artístico, tocado a poder de efeitos. Enfim, uma laboriosa fraude.

Amor e Sedução
Bandeirantes,2h.
 
(Jane Street). EUA, 96, 91 min. Direção: Vicangelo Bulluck. Com Linda Hoffman, D.K. Kelly. Garota transa com o chefe, casado. Sente-se culpada e tal. Mas o problema mesmo é que há um mistério no apartamento onde vive, que a deixa transtornada. "Erotic thriller", quer dizer, é aquela coisa nem bem thriller, nem bem erotic.

Testemunha do Passado
SBT, 2h20.
 
(Brother Future). EUA, 91. Direção: Roy Campanella. Com Phil Lewis, Carl Lumbly, Vonetta McGee. Jovem negro é atropelado, bate a cabeça no chão, desmaia e, em vista disso tudo, é remetido ao passado, a 1822, tempo de escravatura de que será testemunha.

Não Somos Anjos
Globo, 3h20.
   
(We're No Angels). EUA, 89, 106 min. Direção: Neil Jordan. Com Robert de Niro, Sean Penn. Dois presidiários escapam e se refugiam num mosteiro. Embora um tanto esnobado, esse exercício de humor de Jordan é sempre original e explora bem o talento de seus atores.

Irmãos de Sangue
SBT, 4h20.
   
(Clockers). EUA, 95, 128 min. Direção: Spike Lee. Com Harvey Keitel, John Turturro, Delroy Lindo. Os problemas da criminalidade na comunidade negra, a partir dos problemas de um "clocker" (o posto mais baixo na hierarquia do submundo, setor drogas). A questão racial tomada a peito, como sempre em Spike Lee, e vista com força e originalidade. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

Pioneiros, "vovôs" Lumière ensinam a filmar

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

No filme "Lumière e Cia.", muita coisa é fetichismo, a começar pela câmera de 1895 que os cineastas de 1995 olham deslumbrados. Mas é preciso dar um tempo aos juízos críticos: é mais do que justo que diretores de cinema se emocionem diante da possibilidade de estar usando uma relíquia dessa natureza.
A idéia geral é bem interessante: fazer um filme de 52 segundos, num único plano, sem som sincronizado. Representa um desafio para pessoas acostumadas a fazer filmes de duas horas. Para que tudo não fique parecendo uma versão particular do Festival do Minuto, acrescenta-se outro aspecto fetichista: cenas das próprias filmagens. "Lumière e Cia." é um filme cujo "making of" já vem dentro. Em acréscimo, a produção faz perguntas incômodas ao diretores: "Por que você filma?", "O cinema vai morrer?".
Intercalados vêm os pequenos filmes. São absolutamente desiguais. Para Jacques Rivette, por exemplo, parece que 52 segundos é, simultaneamente, muito e pouco tempo. Claude Miller faz um filmete gracioso, bem lumièresco. Wim Wenders é uma decepção completa (como seus filmes mais recentes), e Peter Greenaway, o entojo de sempre.
Mas tudo isso serve para comparar os cineastas de hoje aos vovôs Lumière. Nada mais enganoso do que imaginar que, por serem os primeiros, são também primitivos.
O filmete inicial, "Os Primeiros Passos do Bebê", para mim foi uma novidade e uma descoberta. O andar trôpego do bebê é captado com tal delicadeza e sentimento da novidade que é aquele ser, que se identifica ao próprio cinema, que dava seus primeiros passos, definitivos: aquela coisa viva que está lá, que os Lumière souberam captar, permanece um desafio. Ah, o filmete de Kiju Yoshida merece atenção. E o de Abbas Kiarostami é uma pequena obra-prima.


LUMIÈRE E CIA. Quando: hoje, às 12h, no Eurochannel.


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