|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMENTÁRIO
Obra é cultuada por gerações
MASSIMO GENTILE
EDITOR DE ARTE
A "Storia dell'Arte Italiana"
foi um livro cultuado por gerações de italianos. A primeira
edição foi publicada em abril de
1968, na véspera da temporada
das contestações estudantis.
O livro era destinado a preencher uma lacuna no ensino secundário. Mas um dos efeitos do
maio de 1968 foi justamente a liberalização do acesso às universidades humanistas.
A faculdade de arquitetura, assim como a de letra e filosofia, que
incluíam o curso de história da arte, multiplicaram o número de
inscritos, ganharam peso no
mundo acadêmico e viraram o
motor cultural da contestação.
Nesse clima, a proposta de Argan de enfrentar a história da arte
em relação às evoluções sociais e
tecnológicas foi um sucesso, tanto
que logo o livro veio a ser considerado "o" manual da formação da
crítica de arte na universidade.
Os únicos defeitos da primeira
edição eram o papel e as reproduções, não à altura do texto. Mas é
compreensível: na época era obrigatório manter livre o acesso às
universidades, bem como vender
os livros a preços baixos.
Foi com a segunda edição, de
1988, a mesma que está sendo lançada no Brasil, que a "Storia dell'Arte Italiana" ganhou a dignidade de um clássico.
Com a melhoria das reproduções e do papel e com um novo e
eficiente projeto gráfico, o livro finalmente assumiu o aspecto de
enciclopédia.
Com certeza o texto e as idéias
de Argan merecem esse respeito.
Mesmo assim, nas estantes dos
italianos que sonharam em mudar o mundo com a "criatividade", ainda hoje é nostalgicamente
presente a primeira versão do
"manual", aquela com um visual
um pouco austero, típico dos livros pensados para a escola.
Texto Anterior: E na Itália fez-se a arte Próximo Texto: Lançamento terá seminário com pesos-pesados Índice
|