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ESTRÉIA
Chris Rock ri de si mesmo em nova série
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se todos os episódios de "Everybody Hates Chris" (todos odeiam
Chris) tiverem o mesmo tom, o
telespectador do Sony estará a
partir de hoje diante de uma das
comédias mais divertidas e inteligentes que o canal já exibiu.
Criada pelo ator Chris Rock, a
série conta sua adolescência na região do Brooklyn, em Nova York.
Aos problemas comuns dessa
idade, somem-se a condição de
negro num país racista e os apertos financeiros de seus pais para
manter os três filhos.
O mais legal é que Rock, homem que venceu na carreira, não
usa o rancor que tanto agrada ao
diretor Spike Lee para mostrar
aos brancos o valor de sua raça.
Não. O caminho que ele escolhe
é o da nostalgia. Deixa transparecer uma inspiração em "Anos Incríveis", até pelo uso da narração
do adulto que foi a criança e pela
ausência daquelas gargalhadas irritantes que pontuam as piadas.
Já a temática do negro lembra o
humor judaico, em que o sofrimento e as idiossincrasias da etnia dão o sinal verde para rirem
de si mesmos.
A crítica de Rock vem em piada,
mas está lá, cristalina, sem conclamar à revanche. Independentemente de ser o tom mais apropriado ou não, é diferente e atual.
Quando lembra que, ao sentar-se num banco de ônibus aos 13
anos, nenhum branco aceitava ficar ao seu lado, Rock ri do absurdo -e, com leveza, joga para o telespectador se cabe rir ou não da
tolice coletiva.
O pequeno Rock é um achado,
interpretado por Tyler James Williams. Primogênito, porém mais
baixo e menos cool que seu irmão, é o alvo principal das ordens
da mãe, Rochelle -Tichina Arnold, a mais impagável do elenco.
Matriarca, ela protege os filhos e
o pai, Julius (Terry Crews), ao
mesmo tempo em que deixa claro
quem manda na casa.
"Everybody Hates Chris" diverte e até emociona. Tudo é tão bem
equilibrado que fica difícil odiar o
garoto.
Everybody Hates Chris
Quando: hoje, às 20h, no Sony
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