São Paulo, Quarta-feira, 08 de Dezembro de 1999


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4ª BIENAL DE ARQUITETURA
Volumes são lançados hoje, às 20h, e enfocam obras de Mies van der Rohe e Lina Bo Bardi
Livros celebram tradição do moderno

Reprodução
O pavilhão de Barcelona, obra de Mies van der Rohe (1929)


FRANCESCA ANGIOLILLO
da Redação

A maior sala da 4ª Bienal Internacional de Arquitetura (São Paulo), a do alemão Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969), ganha hoje as páginas de um livro.
Em edição bilíngue (inglês e português), o volume é lançado pela editora portuguesa Blau, de livros de arquitetura, em conjunto com o instituto Lina Bo e P.M. Bardi, de São Paulo.
Estão ali as principais obras de Mies, o criador da filosofia do "menos é mais", nas mesmas fotos que enchem as paredes da sala da exposição -algumas de arquivo, outras, contemporâneas, feitas por Rui Morais de Sousa.
Cada projeto, nesse "catálogo", vem acompanhado de um texto curto; no final há uma cronologia do mestre da arquitetura do aço, um dos responsáveis pelos famosos arranha-céus de Chicago.
O formato é de fácil manuseio e a qualidade gráfica é muito boa, mas o volume se ressente da falta de desenhos, que fariam dele um ótimo instrumento para compreender as idéias de Mies- só com fotografias não chega a tanto.

Outros lançamentos
O arquiteto Marcelo Carvalho Ferraz, diretor do instituto Lina Bo e P. M. Bardi e um dos organizadores da sala e do volume, concorda que os desenhos fazem falta. Ele explica, porém, que o lançamento de hoje precede um maior, só da Blau, previsto para abril de 2000: um volume de obras completas de Mies.
A editora encomendou o texto a um professor da universidade Columbia, de Nova York, Yehudi Safram, e as fotos são do mesmo Rui Morais de Sousa. Esse livro, sim, terá desenhos e funcionará como um compêndio do pensamento de Mies. Com 216 páginas de formato grande (28 cm x 28 cm), custará cerca de R$ 70.
O mesmo convênio entre a editora portuguesa e o instituto paulistano lança hoje dois outros portfolios bilíngues. Os livretos trazem, cada um, uma obra de Lina Bo Bardi (1914-1992).
Destes, pode-se dizer que são "na medida". Têm o mesmo formato agradável do portfolio de Mies, mas concentram mais informação, contendo, inclusive, textos de apresentação da própria Lina e os ricos desenhos da arquiteta italiana do Masp.
"Casa de Vidro" mostra a residência do casal Bardi -Lina era casada com Pietro Maria, o "P.M." do nome do instituto, fundador do Masp, morto em outubro último aos 99 anos. A casa foi o primeiro projeto construído de Lina, entre 1950 e 51, e segue os paradigmas do modernismo: ângulo reto, vãos amplos, espaços pouco compartimentados. No mesmo pedaço de mata atlântica, fica a diminuta sede do instituto, aqui brevemente apresentada.
Já "Igreja Espírito Santo do Cerrado" retrata o conjunto de igreja e convento feito em Uberlândia, entre 1976 e 82, só com doações. Marcado pela simplicidade, nele se nota a Lina brasileira, que se apropriou, de modo apaixonado, dos materiais e costumes locais.
Os próximos lançamentos do convênio serão em 12 de janeiro de 2000: mais um portfolio -o do teatro Oficina (quinta obra de Lina na série)- e dois "compêndios", o de João Filgueiras Lima, o Lelé, e o de Affonso Eduardo Reidy, autor do MAM-RJ -ambos com salas na Bienal.
A 4ª BIA funciona de terça a domingo, das 11h às 22h. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (estudantes e maiores de 65 anos).


Livros: Mies van der Rohe, Casa de Vidro e Igreja Espírito Santo do Cerrado Editora: Blau/inst. Lina Bo e P.M. Bardi Quanto: R$ 25 (Mies) e R$ 10 (Lina) Lançamento: hoje, às 20h, no mezanino da Bienal (portão 3 do pq. Ibirapuera)


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