São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2009

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Crítica

David Lynch cria delírio em "Cidade dos Sonhos"

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O onírico no cinema de David Lynch nada tem a ver, por exemplo, com o apresentado no cinema de Fellini, onde o sonho é puro deleite e gozo.
Com Lynch, ao contrário, o clima é de pesadelo, sem distinção entre real e alucinação (porque, em tempos tão loucos, a fantasia seria a única realidade possível, como é a da qualidade reprodutiva do cinema, tema caro ao diretor).
Lynch filma num momento histórico em que se perdeu a clareza do cinema clássico, aquele da era de ouro. Diante da abstração que chamamos comodamente de pós-modernidade, temos um mundo reiterativo e em colapso sensorial, que não diferencia corpos de suas imagens reproduzidas.
"Cidade dos Sonhos" (TC Cult, 0h10, não indicado a menores de 18 anos) fala um tanto disso. Temos uma aspirante à atriz engraçando-se com uma diva consagrada, um acidente de carro na célebre Mulholland Drive, em Hollywood, sexo, violência e um dos grandes trabalhos sobre a natureza da imagem contemporânea.


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