São Paulo, sábado, 9 de janeiro de 1999

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MAM - MAC

Fabiano Accorsi/Folha Imagem
O professor José Teixeira Coelho Netto, diretor do Museu de Arte Contemporânea, em frente à sede da instituição na Cidade Universitária



Falta de espaços adequados às atuais necessidades é o principal problema das duas instituições


CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

O ano de 1999 será apertado para dois museus paulistanos, que terão de lidar com o aperto nas instalações, aperto no orçamento e aperto na programação (leia reportagem à pág. 4-8).
O mais grave é o primeiro deles. "Não temos como receber doações. Temos que recusar muitas mostras que nos oferecem", disse Milú Villela, a presidente do MAM.
Para driblar o problema, o museu se concentra este ano na luta por uma nova sede, sem abrir mão da marquise.
"No ano passado, conseguimos o antigo Museu do Presépio, mas o Niemeyer disse que ele também faz parte da marquise e não pode ser mexido. Ali também não era o ideal, mas seria uma forma de ampliar as atividades do museu. Mas foi só conseguirmos o lugar para o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional) resolver tombar toda a obra de Niemeyer, começando pela marquise!", disse Milú.
O MAM também esticou os olhos para o vizinho Museu da Aeronáutica, que está desativado há 13 anos. "Conseguimos dois hangares no Campo de Marte e antigos aviões da TAM, mas eles pediram 40 mil metros de terreno e 14 mil de área construída. Se eu tivesse isso, eu faria um novo MAM!", disse.
Segundo a presidente, essas idas e vindas relativas à nova sede acabaram prejudicando também a caça ao patrocinador, já que alguns deles temem que o museu perca a sua sede. "O MAM sempre continuará sob a marquise. A cultura paulistana já assumiu que o MAM é aqui. Isso não se desfaz", disse.
Não longe dali, na USP, o MAC começa o ano com problemas semelhantes: espalhado em três prédios na Cidade Universitária, dividindo o terceiro andar do Pavilhão da Bienal com a Fundação Bienal (convivência por sinal nada amistosa) e com sonhos de conseguir uma sede que reúna tudo isso. No ano passado, o museu habitou ainda parte do pavilhão Manoel da Nóbrega, no Ibirapuera, junto com a Pinacoteca do Estado.
"Pleiteamos continuar no pavilhão Manoel da Nóbrega, mas nossa casa continua sendo o Pavilhão da Bienal, para onde temos um projeto de reestruturação", disse Teixeira Coelho, diretor do MAC.
Sobre suas questões orçamentárias, Teixeira Coelho acredita que a tendência de investimento em cultura será crescente este ano e que só será abalada caso o governo mexa nas leis de patrocínio.




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