São Paulo, sábado, 9 de janeiro de 1999

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MÚSICA
Queen


Chega ao Brasil o pacote japonês de CDs que traz os primeiros oito álbuns da banda


THALES DE MENEZES
da Reportagem Local

Roqueiros de mais de 30 anos não vão resistir. E a molecada pode aproveitar para conhecer uma das maiores bandas da história do rock em seu período mais produtivo. O pacote de edições japonesas dos álbuns do Queen que a EMI põe agora no mercado é imperdível.
Os CDs foram lançados no ano passado no Japão, para comemorar os 25 anos da estréia fonográfica do grupo inglês. As lojas brasileiras vão receber 2.000 unidades e não haverá reposição.
Os álbuns do Queen não são difíceis de encontrar, mas as edições japonesas têm um charme todo especial. As capinhas, de papelão, são reproduções fiéis das capas dos LPs, miniaturizadas para o tamanho de CD. Ver as capas duplas e o CD envolto num saquinho plástico, como as antigas bolachas de vinil, é nostalgia pura.
Os discos do pacote são "Queen" (73), "Queen 2" (74), "Sheer Heart Attack" (74), "A Night at the Opera" (75), "A Day at the Races" (76), "News of the World" (77), "Jazz" (78) e "The Game" (79).
Os títulos representam a primeira e mais importante década do Queen, um grupo que, apesar de ter mantido sua formação original por toda a carreira, tem sua relação com o público dividida em várias fases, bem distintas.
A primeira dessas fases está representada pelo pacote japonês. Quando Freddie Mercury (vocal e teclados), Brian May (guitarras), John Deacon (baixo) e Roger Taylor (bateria) formaram a banda, os quatro tinham ligações com a cena do hard rock britânico. O grupo tinha até uma postura radical contra a turma do rock progressivo e gostava de alardear em suas capas que não utilizava sintetizadores.
Mas foram as influências de ópera e musicais de Hollywood carregadas por Mercury que moldaram o estilo do Queen. O sucesso mundial do álbum "A Night at the Opera" e do hit "Bohemian Rhapsody" transformou o Queen numa das duas ou três maiores bandas do planeta na segunda metade dos 70. O grupo parecia inabalável, sem ser afetado por movimentos como o punk e a new wave.
No entanto, os anos 80 acompanharam a derrocada da banda. O estilo rebuscado do Queen foi perdendo apelo junto aos jovens. Os estádios continuaram lotados, como o Brasil comprovou nas passagens da banda por aqui, mas o Queen, sem idéias novas, deixou de contar para a evolução do rock.
A morte de Mercury no dia 24 de novembro de 1991, vítima de consequências da Aids, detonou uma redescoberta. Fãs jovens ficaram empolgados com o concerto em homenagem a Mercury no estádio de Wembley, em Londres, em 1992, com vários astros pop declarando sua admiração pelo Queen.
Agora, oito CDs bacanas vão ajudar a perpetuar o mito.
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Preço médio de cada CD: R$ 20


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