São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2001

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ROCK

Ira Kaplan, guitarrista e vocalista do grupo indie que toca hoje no Rio e semana que vem em SP, fala sobre os shows

Banda Yo La Tengo inicia turnê no Brasil

Divulgação
 Foto com efeito da banda Yo La Tengo, que inicia turnê no Rio


DA REPORTAGEM LOCAL

Se tem uma banda que faz jus ao termo "independente", esta é a banda independente Yo La Tengo, de Nova Jersey, EUA.
De apelo comercial zero no Brasil, mas de respeito dez no circuito alternativo local, o grupo de 17 anos, formado por Ira Kaplan (guitarra/vocal), Georgia Hubley (bateria/vocal) e James McNew (baixo), inicia hoje no Rio uma tour inédita no país (veja ao lado).
De Nova Jersey, o líder Ira Kaplan falou à Folha, por telefone.

Folha - Qual sua expectativa em relação a esta turnê inédita no Brasil, um país que só há pouco recebeu o lançamento de (sete) álbuns do Yo La Tengo, banda de 17 anos de estrada?
Ira Kaplan - Vai ser uma nova experiência para nós, já que será a primeira vez que tocamos aí e não sabemos o que encontrar. Na verdade tento não criar expectativas. Quero me surpreender no Brasil.

Folha - Você tem a informação de que sua banda vende quase nada aqui no país, embora goze de muito prestígio no circuito indie?
Kaplan - Não é surpresa. Mas amigos nossos, de grupos como Superchunk e Stereolab, voltaram bem entusiasmados depois de turnês no Brasil.

Folha - O conceito de banda independente mudou bastante de uns 15 anos para cá. Como é ser independente durante 17 anos?
Kaplan - Eu fico muito desconfortável quando tenho que tratar com gravadora. É o nosso estilo. Não é que eu gostaria de não vender. Mas não vou mudar nossa música para atender outros interesses que não os da banda.

Folha - Como vão ser os shows no Brasil? Baseado no mais recente álbum, "And Then Nothing Turned Itself...", de 2000, ou será uma espécie de "greatest hits"?
Kaplan - Como é a primeira vez aí, vamos tocar um pouco de tudo, um mix.

Folha - Você pode descrever para os brasileiros como é um show do Yo La Tengo?
Kaplan - Nosso show, posso garantir, é sempre diferente um do outro. Em São Paulo, já que são dois shows, deveremos mudar quase completamente a lista das músicas. Ainda, dependendo do estado de espírito da banda, poderemos tocar músicas com arranjos diferentes. Até já contamos no palco com a participação de um quarteto de jazz.

Folha - Como ex-crítico de rock, como você vê as bandas de hoje em dia?
Kaplan - Estou muito longe de minha velha ocupação. Tenho escutado muitas coisas, rock, jazz, blues, sem muita preocupação em ter opiniões críticas.
(LÚCIO RIBEIRO)

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