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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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OUTRA FREQUÊNCIA

O ibope de 1993 a 2003 e a queda da Transamérica

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na reviravolta da audiência dos últimos dez anos, a mais significativa mudança foi a posição da Transamérica: do primeiro lugar no início de 1993, caiu para o 17º em 2003.
Fenômeno de ibope e líder intocável no início dos anos 90, a FM dos 100,1 MHz, voltada ao público jovem, perdeu o posto em maio de 1993 para a Transcontinental (104,7 MHz). Foi na época da explosão do pagode e das estações voltadas às classes C, D e E.
A partir daí, a queda não parou mais, nem com o abrandamento da febre pagodeira. Um levantamento do Ibope mostra o declínio.
Depois do segundo lugar, em 93, veio o terceiro, em 94. Em 95, um tombo para o oitavo. Nessa média foi até 99. Já em 2000, outro susto: a Transamérica sumiu do ranking das "top 10" e amargou a 12ª posição. Em 2002, foi para a 15ª e atingiu a 17ª neste ano.
Esses números já foram motivo de muito conflito nos bastidores. Em meados de 2000, a Transamérica cortou relações com o Ibope, passando a ser a única das grandes FMs a não pagar pelas pesquisas do instituto. Dizia não concordar com o método de medição.
De lá para cá, houve mudanças na coleta de dados, a pedido das emissoras de rádio. Mas a reconciliação entre Ibope e Transamérica ainda hoje parece distante.
Internamente, a FM vive um grande dilema. O futebol, seu principal produto comercial, traz o sustento financeiro, mas não agrega ouvintes à rádio. Ou seja, o fã do esporte ouve as transmissões dos jogos, mas passa longe do restante da programação.
A equipe esportiva, comandada por Éder Luiz, é um mundo à parte na emissora, com completa autonomia do comando artístico.
A Transamérica já diagnosticou o problema. Sabe que seu desafio é dar uma "cara" à programação e fazer com que a transmissão do futebol não caia para seu ouvinte fiel como uma bomba em Bagdá.
E a Transcontinental, que tirou da Transamérica o topo no ranking do Ibope, também perdeu o lugar, em 1996, para a Cidade (96,9 MHz). Essa, mesmo com a mudança de nome para Sucesso, manteve-se líder até 2001, quando foi ultrapassada por outra rádio popular, a Band FM (96,1 MHz).
 
Causou surpresa na Ancine (Agência Nacional de Cinema) a notícia de que a Abert (associação de rádios e TVs) debateu com o ministro Gilberto Gil a dificuldade de AMs e FMs pagarem a Condecine (taxa para a indústria cinematográfica). Segundo a agência, rádios são isentas do pagamento.

laura@folhasp.com.br


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