"Baby clubbers" ganham festa nos EUA e levam pais para dançar

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Você adora sair à noite, dançar e encontrar amigos. Mas é algo que fica complicado quando sua vida envolve uma criança -a mais bonitinha do mundo- chorando porque está na hora de trocar a fralda ou de dar papinha.
Mãe de um menino de dois anos, a dançarina norte-americana Heather Murphy encontrou a solução para não deixar de freqüentar os clubes: criou uma balada para levar o filho.
Assim nasceu a Baby Loves Disco, noite, opa, tarde dançante em que os clubbers são desde bebês que ainda mamam até crianças de dez anos -e, regra que não é quebrada nem com choradeira, só pode entrar quem estiver acompanhado pelos pais.
Murphy fez a primeira festa em 2004, na Filadélfia. Proprietário de uma gravadora, a Ropeadope Records, Andy Hurowitz foi com os dois filhos pequenos, gostou tanto que virou sócio de Murphy e profissionalizou a diversão, fazendo da Baby Loves Disco um evento mensal em Nova York e em cidades como Chicago.
"Heather, minha parceira, não sabia como fazer para se divertir com seu filho. Ela não gostava de levá-lo em nenhum desses lugares chatos e óbvios para crianças pequenas. Ela montou essa festa, eu fui com meus dois meninos e tivemos a melhor e mais divertida experiência juntos. Eu trabalho com música e vi que havia algo de especial naquela idéia. Então ela me deixou consolidar esse conceito", disse Hurowitz à Folha.
A Baby Loves Disco funciona sempre à tarde, normalmente das 14h às 17h, em clubes "de verdade", como o Cielo, em Nova York. "Isso é parte da diversão para os pais. Porque muitos deles estão muito cansados para sair à noite e quase nunca têm a chance de freqüentar clubes legais, com DJs legais", explica o promoter.
Logo na entrada da Baby Loves Disco, encontra-se um "estacionamento" para carrinhos de bebê. A pista de dança é decorada com bexigas e fitas coloridas. Muitos dos "baby clubbers" até se produzem para a balada, em lojas como a Psycho Baby (www. psychobabyonline.com/).
"As crianças se comportam como os adultos -há as que dançam o tempo inteiro, as que sentam num canto para fazer novos amiguinhos, as que gostam de comer salgadinhos, outras preferem brincar de pega-pega... Temos também brinquedos e pequenos instrumentos musicais. E se alguém fica muito elétrico, há área de "chill out" com uma barraca, livros e quebra-cabeças."
Alguns dos DJs contratados para as festas são nomes bem conhecidos dos clubber adultos, como a dupla Ayers e Cosmo Baker, do coletivo The Rub, responsáveis por concorridas mixtapes em Nova York, e veteranos como King Britt e Victor Calderone. A trilha vai de canções disco dos anos 70 a sucessos dos anos 80 e 90.
Mais gente gostou da idéia. "Não é sempre que dá para fazermos algo tão familiar. Além disso, o clube atinge pessoas diferentes", disse à Associated Press a assessora do Cielo, Karrie Goldberg.


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