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"Gata em Teto de Zinco Quente" é próximo número de coleção
DVD de filme com Paul Newman e Liz Taylor chega às bancas no domingo
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de ter imortalizado o
texto de Tennessee Williams,
um dos mais importantes dramaturgos americanos, a versão
cinematográfica de "Gata em
Teto de Zinco Quente" -quarto volume da Coleção Folha
Clássicos do Cinema, nas bancas a partir do próximo domingo- promoveu o único encontro nas telas de Paul Newman e
Elizabeth Taylor.
Quando o filme foi lançado,
em setembro de 1958, Newman
tinha 33 anos, e Taylor, 26.
Apesar de jovens, os dois enfrentam diálogos densos e cortantes do filme com impressionante maturidade. "Nem a vigorosa direção de Richard
Brooks nem o provocativo texto de Tennessee Williams apagam o que "Gata em Teto de
Zinco Quente" tem de mais memorável: o duelo entre Elizabeth Taylor e Paul Newman",
afirma o crítico da Folha Cássio Starling Carlos, no livro que
acompanha o DVD.
O livro traz, ainda, biografias
do diretor, Richard Brooks, do
dramaturgo Tennessee Wil-
liams e um texto sobre a censura imposta à peça e ao roteiro,
entre outras informações e
curiosidades.
Paul Newman vinha de uma
sólida formação teatral. Foi
aluno do Actor's Studio -discípulo, portanto, do famoso método de Lee Strasberg, assim
como Marlon Brando e Montgomery Clift- e estreou na
Broadway em 1953, aos 28
anos, na primeira montagem
de "Picnic", de William Inge.
Os olhos azuis e o jeito de galã
logo fizeram com que fosse
cortejado por Hollywood, onde
estreou um ano depois, com "O
Cálice Sagrado".
Mas detestou tanto o trabalho neste filme que se desculpou publicamente, por meio de
um anúncio pago em uma revista. Logo depois, redimiu-se
com papéis elogiados em "Marcado pela Sarjeta" (1956), de
Robert Wise, e "O Mercador de Almas", de Martin Ritt, pelo qual levou o prêmio de melhor
interpretação masculina no Festival de Cannes, em 1958.
Liz Taylor começou direto no cinema, ainda criança. Aos
10 anos, contracenou com a famosa cachorra Lassie em "A
Força do Coração", e, aos 19, fez par com Montgomery Clift
em "Um Lugar ao Sol", de George Stevens. Antes de "Gata
em Teto...", fez ainda "Ivanhoé", "Assim Caminha a Humanidade" e "A Árvore da Vida", pelo qual ganhou sua primeira indicação ao Oscar, de atriz coadjuvante, em 1957.
Juntos na tela, Newman e Taylor promovem um embate
que, como explica o texto de Starling Carlos, será apresentado de um modo essencialmente físico. Os enquadramentos e
angulações do diretor Richard Brooks realçam essa característica do texto. Brick (Newman), entorpecido pelo álcool e
com uma perna engessada devido a um acidente, tem grande
dificuldade para se mover. Maggie (Taylor), ao contrário,
inquieta como uma gata, se movimenta sem parar pelo cenário (boa parte do filme se
passa no quarto do casal).
Cada uma das cenas entre os dois lembra um duelo carregado de tensão sexual, diante da
indiferença de Brick ao desejo de Maggie. A partir da segunda
metade do filme, esse embate se estende aos outros integrantes da família, que explode em
crise. E "Gata em Teto...", enfim, traz duas estrelas de primeira grandeza no esplendor
de sua juventude.
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