São Paulo, quinta-feira, 09 de abril de 2009

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"Gata em Teto de Zinco Quente" é próximo número de coleção

DVD de filme com Paul Newman e Liz Taylor chega às bancas no domingo

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de ter imortalizado o texto de Tennessee Williams, um dos mais importantes dramaturgos americanos, a versão cinematográfica de "Gata em Teto de Zinco Quente" -quarto volume da Coleção Folha Clássicos do Cinema, nas bancas a partir do próximo domingo- promoveu o único encontro nas telas de Paul Newman e Elizabeth Taylor.
Quando o filme foi lançado, em setembro de 1958, Newman tinha 33 anos, e Taylor, 26. Apesar de jovens, os dois enfrentam diálogos densos e cortantes do filme com impressionante maturidade. "Nem a vigorosa direção de Richard Brooks nem o provocativo texto de Tennessee Williams apagam o que "Gata em Teto de Zinco Quente" tem de mais memorável: o duelo entre Elizabeth Taylor e Paul Newman", afirma o crítico da Folha Cássio Starling Carlos, no livro que acompanha o DVD.
O livro traz, ainda, biografias do diretor, Richard Brooks, do dramaturgo Tennessee Wil- liams e um texto sobre a censura imposta à peça e ao roteiro, entre outras informações e curiosidades.
Paul Newman vinha de uma sólida formação teatral. Foi aluno do Actor's Studio -discípulo, portanto, do famoso método de Lee Strasberg, assim como Marlon Brando e Montgomery Clift- e estreou na Broadway em 1953, aos 28 anos, na primeira montagem de "Picnic", de William Inge. Os olhos azuis e o jeito de galã logo fizeram com que fosse cortejado por Hollywood, onde estreou um ano depois, com "O Cálice Sagrado".
Mas detestou tanto o trabalho neste filme que se desculpou publicamente, por meio de um anúncio pago em uma revista. Logo depois, redimiu-se com papéis elogiados em "Marcado pela Sarjeta" (1956), de Robert Wise, e "O Mercador de Almas", de Martin Ritt, pelo qual levou o prêmio de melhor interpretação masculina no Festival de Cannes, em 1958.
Liz Taylor começou direto no cinema, ainda criança. Aos 10 anos, contracenou com a famosa cachorra Lassie em "A Força do Coração", e, aos 19, fez par com Montgomery Clift em "Um Lugar ao Sol", de George Stevens. Antes de "Gata em Teto...", fez ainda "Ivanhoé", "Assim Caminha a Humanidade" e "A Árvore da Vida", pelo qual ganhou sua primeira indicação ao Oscar, de atriz coadjuvante, em 1957.
Juntos na tela, Newman e Taylor promovem um embate que, como explica o texto de Starling Carlos, será apresentado de um modo essencialmente físico. Os enquadramentos e angulações do diretor Richard Brooks realçam essa característica do texto. Brick (Newman), entorpecido pelo álcool e com uma perna engessada devido a um acidente, tem grande dificuldade para se mover. Maggie (Taylor), ao contrário, inquieta como uma gata, se movimenta sem parar pelo cenário (boa parte do filme se passa no quarto do casal).
Cada uma das cenas entre os dois lembra um duelo carregado de tensão sexual, diante da indiferença de Brick ao desejo de Maggie. A partir da segunda metade do filme, esse embate se estende aos outros integrantes da família, que explode em crise. E "Gata em Teto...", enfim, traz duas estrelas de primeira grandeza no esplendor de sua juventude.


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