São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2010

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Crítica

Cimino retrata o inferno da guerra

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não raro, o destino de um filme independe de suas qualidades estéticas e, ao contrário, depende muito do que representa no momento.
Em 1978, "O Franco Atirador" (TCM, 22h; 12 anos) levou o Oscar não só por virtudes cinematográficas que são claras, mas por marcar a reconciliação da América consigo mesma após a Guerra do Vietnã.
Na ocasião, foi passado para trás "Amargo Regresso", de Hal Ashby, que tratava a participação americana no conflito em termos mais críticos.
Michael Cimino é um diretor bem mais forte que Ashby, mas isso não define prêmios.
Sobretudo porque o essencial de "O Franco Atirador" era relatar o inferno da experiência na guerra e o retorno como uma espécie de reencontro, apesar de tudo, com uma situação paradisíaca.
Até hoje se criticam no filme inexatidões como a roleta russa que o vietcongue força os rapazes a praticar.
O fato de não ter acontecido não muda nada: era o inferno que Cimino queria e conseguiu mostrar.


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