São Paulo, Sexta-feira, 09 de Abril de 1999 |
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MUNDO GOURMET Nando é porto seguro
JOSIMAR MELO Colunista da Folha Uma comidinha calorosa, num ambiente igualmente acolhedor, tudo baseado na inigualável cozinha francesa de bistrô, é o que tantas vezes a gente precisa para descansar a mente ou mesmo o paladar cansado de novidades. Numa situação como essa, ou -para quem vive de fast-food- num desejo de mudar o registro das refeições, a nova Nando Brasserie pode ser um porto seguro. Nem tudo está exatamente no lugar. A começar pelo nome: chama-se brasserie, numa alusão aos ruidosos e festivos restaurantes franceses onde mandam os chucrutes e frutos do mar, mas se apresenta como especialista em pratos típicos de bistrô, ou nele inspirados: peito de pato grelhado com purê de maçã, ou filé com molho de pimenta e batata frita. Mas também não fica aí: nem de brasserie nem de bistrô são as massas (como panzerotti de bacalhau e sálvia com molho de açafrão) ou pratos como o arroz de pato ou de carne-seca. E o que importa este ecletismo? Nada, uma vez que há uma coerência ao longo do cardápio, buscando pratos que, mesmo quando aparentem sofisticação, possam revelar antes de mais nada a mão do dono. Por falar nele, o dono se chama Fernando de Lamare, um carioca de 51 anos que começou a trabalhar com cozinha quando seu pai fundou, em 1980, a rede Gula-Gula, um fast-food mais arrumadinho do Rio de Janeiro. Mais tarde, em São Paulo, ele assumiu o restaurante Viela, numa galeria na alameda Gabriel Monteiro da Silva, entre 1996 e 1998. Apesar das irresistíveis (para ele) incursões pelo salão, o que pode fazer claudicar o acabamento dos pratos na cozinha, o chef Nando envereda numa promissora direção. Com suas crepes de batata com salmão marinado ou seu robusto contrafilé com batatas e agrião, que aliás não custam nenhum absurdo, pode enlevar muita gente que tinha ido até lá só pelo ambiente e pela companhia. Preço:$$ Avaliação: Restaurante: Nando Brasserie Onde: r. Francisco Leitão, 20, tel. 852-9252 Quando: seg a sex, 12h/15h, 19h30/0h; sáb, 13h/ 1h Ambiente: para bistrô: apertadinho, acolhedor Serviço: ofegante Cartão: Amex Quanto: massas, R$ 14 a R$ 16; pescados, R$ 18 a R$ 22; carnes e aves, R$ 14 a R$ 22 Cotação: $ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01/R$ 42); $$$ (de R$ 42,01/R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62) Slow-food O America de Alphaville é um show. Um fast-food que dá vontade de comer devagar, nas suas poltronas de couro marrom no salão de madeira à meia-luz. Como o movimento ainda é pequeno, são maiores as possibilidades de o hambúrguer vir no ponto, o que em outras lojas da rede, lotadas, nem sempre tem acontecido. Lá e cá A abertura de sua rotisserie Namesa, na rua da Consolação, não tirou o chef Alex Atala do fogão do restaurante 72. Aliás é ali que ele prepara os produtos para a nova casa, dedicada a guloseimas prontas para levar para casa. Aos navegantes Atenção chefs interessados em disputar o Bocuse d'Or 2001, na França. Acabam dia 22 as inscrições para o concurso Chef Talento Sadia, que acontece em maio no evento Boa Mesa'99. Dali sairão candidatos regionais para o Nestlé Toque d'Or 2000, que seleciona o representante brasileiro. Envie por e-mail sua reclamação sobre atendimento ou cozinha dos restaurantes para a coluna "Assim Não": gastronomia@folhasp.com.br Texto Anterior: Receitas do Mellão: Quem morre primeiro? O Brasil ou o Brasileiro? Próximo Texto: Paixão Perdida Índice |
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