São Paulo, sexta, 9 de maio de 1997.



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Prêmio Sharp consagra Paulinho da Viola

Paulo Giandalia/Folha Imagem
A cantora Rita Lee e a atriz Fernanda Montenegro, que foram homenageadas anteontem, no Teatro Municipal do Rio


LUIZ ANTÔNIO RYFF
enviado especial ao Rio

O cantor e compositor Paulinho da Viola foi o grande vencedor do 10º Prêmio Sharp de Música, anteontem no Teatro Municipal no Rio de Janeiro.
Ele terminou a noite com quatro troféus diretos, na categoria samba -melhor arranjador, cantor, disco ("Bebadosamba") e música ("Timoneiro")- e mais um indireto -melhor programação visual (para Elifas Andreato, pela capa de "Bebadosamba").
Paulinho e Ângela Maria, ganhadora do prêmio de melhor cantora popular, foram os dois únicos artistas a serem aplaudidos de pé pelos 2.500 convidados.
Feliz, sem conseguir segurar direito os quatro prêmios que levava para casa, Paulinho confessava, no final da festa, que estava tenso antes da abertura dos envelopes.
O prêmio de música é entregue junto com o de teatro, e cada um homenageia um artista. Este ano, os artistas escolhidos foram Fernanda Montenegro e Rita Lee.
Anteontem, no início da entrega dos prêmios, o empresário José Maurício Machline, da Sharp, anunciou -como a Folha havia adiantado- a criação, no próximo ano, de dois prêmios semelhantes aos de teatro e música para cinema e televisão.
Os prêmios serão entregues em São Paulo, provavelmente no Teatro Municipal, em novembro.
A noite foi aberta com o 3º Prêmio de Teatro, que consagrou a peça "O Burguês Ridículo", que ficou com três dos dez quesitos em disputa: melhor espetáculo, ator (Marco Nanini) e figurino.
O prêmio de autor foi para Rigiana Antonini, por "O Futuro do Pretérito", e o de atriz foi para Marília Pêra, que leu um texto de Bráulio Tavares em homenagem a Fernanda Montenegro.
O prêmio de diretor ficou com Amir Haddad -representado pelo ator Pedro Cardoso.
O mestre-de-cerimônias foi o ator Antônio Nóbrega.
Shows
Apresentado por Denise Fraga e Roberto Frejat, a entrega dos prêmios de música foi intercalada por números musicais de sete artistas.
Joyce foi a primeira a se apresentar, cantando sozinha, ao violão, "Minha Gata Rita Lee", sem empolgar muito o público, que também não se entusiasmou com "Dançar para Não Dançar", com Fernanda Abreu.
Apesar de fazer uma boa apresentação, Zélia Duncan também não mexeu com o público, o que só ocorreu com Gilberto Gil e seu violão em "Jardins da Babilônia".
A surpresa foram os Raimundos -provavelmente o som mais pesado que já reverberou nas paredes do Municipal. Tocaram "Ando Jururu". A platéia reagiu com alívio ao fim da música.
Ney Matogrosso cantou "Bandido Corazón", e Caetano Veloso, "Agora Só Falta Você".
Na parte de música, houve 38 quesitos em sete categorias. Na instrumental, o violonista Guinga teve dois prêmios.
Na categoria especial, Djavan ficou com o show do ano, e o filme "Tieta do Agreste", com o de trilha sonora. E, em canção popular, o melhor grupo foi A Cor do Som.
Em pop-rock, a revelação foi Carlinhos Brown, o Barão Vermelho ficou com o título de melhor grupo, Paralamas do Sucesso ganhou a melhor música ("La Bela Luna"), Cássia Eller o melhor disco ("Ao Vivo"). Édson Cordeiro e Marisa Monte foram escolhidos melhor cantor e cantora.
Em MPB, "Tom Jobim Songbook" foi escolhido melhor disco, Djavan e Zizi Possi ficaram com os prêmios de cantor e cantora e Belô Veloso com o de revelação.
Rita Lee fechou a festa com quatro músicas, "Nem Luxo, Nem Lixo", "Ovelha Negra", "Todas as Mulheres do Mundo" e "Lança Perfume".


O jornalista Luiz Antônio Ryff viajou a convite da organização do Prêmio Sharp.



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