São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002

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MÚSICA

Bandas norte-americana e canadense têm shows confirmados a partir de hoje no Rio, em SP e em Porto Alegre

Cray e Healey marcam encontro no Brasil

EDSON FRANCO
EDITOR DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Agora parece que vai. Adiados em virtude da crise argentina no ano passado, os shows que unem as bandas do norte-americano Robert Cray e do canadense Jeff Healey devem de fato acontecer.
Estão programados para hoje (no ATL Hall do Rio de Janeiro), amanhã e sábado (no Credicard Hall, em São Paulo) e domingo (no auditório Araújo Viana, em Porto Alegre).
Primeiro, os fatos: as duas bandas farão apresentações separadas. O resto fica por conta do mistério. "Estou há dois anos sem falar com Healey. E não sei se serei convidado a tocar com ele", contou Cray, por telefone, à Folha. Quem for aos shows terá contato com variantes do blues que, se não chegam a se excluir, são diametralmente opostas.
Healey aposta mais no blues rock. Do seu lado, Cray investe cada vez mais na so(u)lidificação do seu repertório, com traços de rhythm and blues e até leves toques oriundos do pop. Do começo de carreira, ele preserva o sotaque na guitarra e a predisposição para solos e improvisos longos.
Por isso, não gosta quando categorizam sua música como blues. "Ela cobre muitos outros gêneros. O ideal seria que todos ampliassem o seu campo de predileção. Mas isso é um sonho."
As vendas dos discos de Cray, entretanto, mostram que o sucesso aumenta quanto mais perto ele está do blues. Best-sellers da sua carreira, "Strong Persuader" (1986) e "Showdown" (reunião em 1985 com Albert Collins e Johnny Copeland) continuam saindo das prateleiras com velocidade de dar inveja aos trabalhos recentes do guitarrista.
"Acredito que o sucesso de "Showdown" deve-se à energia que rolou no estúdio. Já "Strong Persuader" foi beneficiado pelo fato de ter sido lançado numa época em que as rádios estavam abertas para músicas diferentes."
E, segundo ele, essa não é a única razão pela queda das vendas. "No começo, tocávamos até na MTV." O que mudou o público que frequenta os shows de Cray. "Antes, havia muitos rostos jovens olhando pra mim no palco. Hoje, minha platéia é formada por pessoas mais maduras."
Questões mercadológicas à parte, Cray traz para os palcos brasileiros uma das mais entrosadas bandas do hemisfério Norte. A atual formação -James Pugh (teclado); Karl Sevareid (baixo) e Kevin Hayes (bateria)- está reunida há mais de uma década.
"Graças a isso, nossa sonoridade é sólida. E ficamos mais ousados na exploração de idéias musicais." O único efeito colateral disso é que os solos podem soar longos para ouvidos acostumados às canções de três minutos das FMs.
Essa será a quinta visita do guitarrista ao Brasil. Isso implica duas coisas: ele já conhece o público daqui; vai tocar o que a galera gosta e deixar para segundo plano canções de "Shoulda Been Home", seu mais recente CD.
As apresentações de Cray e Healey marcam a estréia do projeto Visa Sounds, que promete atrações de quilate similar para o segundo semestre.


ROBERT CRAY E JEFF HEALEY. Onde: Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, São Paulo, tel. 0/xx/11/5643-2500). Quando: amanhã e sáb., às 22h. Quanto: de R$ 20 a R$ 140.



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