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MÚSICA
Bandas norte-americana e canadense têm shows confirmados a partir de hoje no Rio, em SP e em Porto Alegre
Cray e Healey marcam encontro no Brasil
EDSON FRANCO
EDITOR DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO
Agora parece que vai. Adiados
em virtude da crise argentina no
ano passado, os shows que unem
as bandas do norte-americano
Robert Cray e do canadense Jeff
Healey devem de fato acontecer.
Estão programados para hoje
(no ATL Hall do Rio de Janeiro),
amanhã e sábado (no Credicard
Hall, em São Paulo) e domingo
(no auditório Araújo Viana, em
Porto Alegre).
Primeiro, os fatos: as duas bandas farão apresentações separadas. O resto fica por conta do mistério. "Estou há dois anos sem falar com Healey. E não sei se serei convidado a tocar com ele", contou Cray, por telefone, à Folha.
Quem for aos shows terá contato
com variantes do blues que, se
não chegam a se excluir, são diametralmente opostas.
Healey aposta mais no blues
rock. Do seu lado, Cray investe cada vez mais na so(u)lidificação do
seu repertório, com traços de
rhythm and blues e até leves toques oriundos do pop. Do começo de carreira, ele preserva o sotaque na guitarra e a predisposição
para solos e improvisos longos.
Por isso, não gosta quando categorizam sua música como blues.
"Ela cobre muitos outros gêneros.
O ideal seria que todos ampliassem o seu campo de predileção.
Mas isso é um sonho."
As vendas dos discos de Cray,
entretanto, mostram que o sucesso aumenta quanto mais perto ele
está do blues. Best-sellers da sua
carreira, "Strong Persuader"
(1986) e "Showdown" (reunião
em 1985 com Albert Collins e
Johnny Copeland) continuam
saindo das prateleiras com velocidade de dar inveja aos trabalhos
recentes do guitarrista.
"Acredito que o sucesso de
"Showdown" deve-se à energia
que rolou no estúdio. Já "Strong
Persuader" foi beneficiado pelo fato de ter sido lançado numa época
em que as rádios estavam abertas
para músicas diferentes."
E, segundo ele, essa não é a única razão pela queda das vendas.
"No começo, tocávamos até na
MTV." O que mudou o público
que frequenta os shows de Cray.
"Antes, havia muitos rostos jovens olhando pra mim no palco.
Hoje, minha platéia é formada
por pessoas mais maduras."
Questões mercadológicas à parte, Cray traz para os palcos brasileiros uma das mais entrosadas
bandas do hemisfério Norte. A
atual formação -James Pugh (teclado); Karl Sevareid (baixo) e Kevin Hayes (bateria)- está reunida há mais de uma década.
"Graças a isso, nossa sonoridade é sólida. E ficamos mais ousados na exploração de idéias musicais." O único efeito colateral disso é que os solos podem soar longos para ouvidos acostumados às
canções de três minutos das FMs.
Essa será a quinta visita do guitarrista ao Brasil. Isso implica
duas coisas: ele já conhece o público daqui; vai tocar o que a galera gosta e deixar para segundo
plano canções de "Shoulda Been
Home", seu mais recente CD.
As apresentações de Cray e
Healey marcam a estréia do projeto Visa Sounds, que promete
atrações de quilate similar para o
segundo semestre.
ROBERT CRAY E JEFF HEALEY. Onde:
Credicard Hall (av. das Nações Unidas,
17.955, São Paulo, tel. 0/xx/11/5643-2500). Quando: amanhã e sáb., às 22h.
Quanto: de R$ 20 a R$ 140.
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