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São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2003

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O RETORNO

Daniel John, líder do grupo, destaca sua fase "mais espiritual"

Silverchair volta ao Brasil com pé na igreja

DA REPORTAGEM LOCAL

Os fãs do Silverchair podem ficar sossegados: a banda não vai acabar amanhã. Nem depois. Bem melhor de saúde se comparado a seu estado em 2001, o vocalista Daniel Johns inicia hoje em Recife uma miniturnê pelo país para divulgar o quarto álbum do grupo, "Diorama". No domingo, os australianos se apresentam em Belo Horizonte, no dia 14, no Rio, e, no dia 15, é a vez de São Paulo.
Evasivo quanto ao destino do Silverchair, que, tem-se especulado, poderia acabar depois desta turnê, Johns, 24, falou à Folha de Londres, onde passava uns dias com a namorada e também cantora Natalie Imbruglia. "Acabamos de terminar a turnê australiana e resolvi vir para cá escrever algumas músicas novas antes de partir para a América do Sul. Já tenho umas 15 [faixas], mas só gosto de cinco até agora."
"Mais espiritual" do que seus trabalhos anteriores, o futuro disco do Silverchair (ou de Johns?) terá também já um pezinho na igreja, à qual Johns e Imbruglia prometem comparecer em fevereiro de 2004 para oficializar a relação. "Parece música de igreja, gostaria de ver um coro cantando. Muitas músicas que escrevi no passado foram inspiradas na dor e na escuridão e, agora, apaixonado, acho que consigo abrir uma parte da minha mente que fica inacessível quando estava deprimido", diz o compositor precoce, descoberto por um programa de TV australiano aos 13 anos e lançado ao mainstream aos 15 anos, com o estouro mundial do grunge "Frogstomp" (1995).
Desde então, o coquetel sucesso, drogas e rock'n'roll tem descido mal para Johns, que acabou somatizando tudo em uma artrite rara que calcificou as articulações do corpo, impedindo-o de tocar.
Mas, segundo Johns, assim como a sonoridade pesada dos dois primeiros álbuns do Silverchair, a saúde debilitada também já é coisa do passado: "Diria que estou 90% melhor. Tomo ainda 80 comprimidos por dia, faço fisioterapia, mas não sinto mais tantas dores".
Um Johns melhor, um Silverchair melhor. "É bom estar fisicamente apto a tocar novamente, sempre que tiver vontade. Esse tempo em que a banda ficou parada serviu para dar mais ânimo para voltarmos. Queremos mostrar que estamos muito melhores do que no Rock in Rio 3", promete o líder do Silverchair, que classifica a experiência de tocar para 200 mil pessoas como "a coisa mais maravilhosa que já aconteceu na nossa vida".
Privilégio de australianos e brasileiros até agora, a turnê prossegue para os Estados Unidos, no dia 19, passa pelo Canadá e termina européia em junho em Londres, terra natal da futura senhora Johns -para o descabelo das fãs mais esperançosas do loirinho problema. (DIEGO ASSIS)


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