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Morre artista plástico naïf Antônio Poteiro
Um dos grandes nomes da arte popular brasileira, ele tinha 84 anos e sofria de câncer
SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO
Morreu na madrugada de
ontem, após parada cardíaca, o artista plástico Antônio
Poteiro, aos 84 anos, no hospital Jardim América, em
Goiânia. Ele sofria de câncer
e estava internado há uma
semana. Seu corpo foi velado
no cemitério Jardim das Palmeiras, onde seria enterrado
ontem à noite.
Nascido Antônio Batista
de Souza em Santa Cristina
da Posse, em Portugal, ele
veio criança ao Brasil e se radicou em Goiânia.
Começou a trabalhar cedo
com cerâmica e escultura, fazendo santos, urnas com relevos e animais. Entre seus
trabalhos mais conhecidos
estão "Presépio da Tartaruga" e "O Abraço".
Incentivado pelo artista Siron Franco, Poteiro começou
a pintar. Em seus quadros,
revisitou um universo semelhante ao da escultura.
"Uso os mesmos temas da
cerâmica: Deus-único, Deus-balança, um punhado de
santos, temas regionais, as
cavalhadas, cirandas", disse
em entrevista em 1977.
"Tudo [na obra de Poteiro]
tem um sentido ligado à história do povo, suas aflições e
seus sonhos de felicidade",
escreveu o poeta, crítico e colunista da Folha Ferreira Gullar, sobre a obra do artista.
O artista participou das
edições de 1981 e 1991 da Bienal de São Paulo e da Bienal
de Havana em 1989.
Poteiro deixa mulher e três
filhos, um deles o ceramista
Américo Souza Neto.
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