São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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Morre artista plástico naïf Antônio Poteiro

Um dos grandes nomes da arte popular brasileira, ele tinha 84 anos e sofria de câncer

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Morreu na madrugada de ontem, após parada cardíaca, o artista plástico Antônio Poteiro, aos 84 anos, no hospital Jardim América, em Goiânia. Ele sofria de câncer e estava internado há uma semana. Seu corpo foi velado no cemitério Jardim das Palmeiras, onde seria enterrado ontem à noite.
Nascido Antônio Batista de Souza em Santa Cristina da Posse, em Portugal, ele veio criança ao Brasil e se radicou em Goiânia.
Começou a trabalhar cedo com cerâmica e escultura, fazendo santos, urnas com relevos e animais. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão "Presépio da Tartaruga" e "O Abraço".
Incentivado pelo artista Siron Franco, Poteiro começou a pintar. Em seus quadros, revisitou um universo semelhante ao da escultura.
"Uso os mesmos temas da cerâmica: Deus-único, Deus-balança, um punhado de santos, temas regionais, as cavalhadas, cirandas", disse em entrevista em 1977.
"Tudo [na obra de Poteiro] tem um sentido ligado à história do povo, suas aflições e seus sonhos de felicidade", escreveu o poeta, crítico e colunista da Folha Ferreira Gullar, sobre a obra do artista.
O artista participou das edições de 1981 e 1991 da Bienal de São Paulo e da Bienal de Havana em 1989.
Poteiro deixa mulher e três filhos, um deles o ceramista Américo Souza Neto.


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