São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2010 |
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cinema CRÍTICA ANIMAÇÃO "Shrek para Sempre" esgota franquia
Arrastada, comédia recicla piadas dos filmes anteriores e traz ogro em crise de meia-idade
ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA Shrek, coitado, está exausto. O que exploraram esse infeliz não está escrito. Nos últimos nove anos, ele fez quatro filmes, além de incontáveis aparições em parques temáticos, programas de TV e videogames. Se alguém merece férias, é o simpático ogro verde. E, a julgar por "Shrek para Sempre", anunciado como o último filme da série, os fãs é que agradecem. Para continuar assim, melhor parar. O filme é uma tentativa de espremer os últimos dólares de uma franquia que já rendeu bilhões. É uma comédia arrastada e preguiçosa, que apenas recicla piadas e situações dos filmes anteriores e aposta na fidelidade dos fãs. Para diferenciá-lo dos três primeiros filmes, "Shrek para Sempre" é em 3D. Mas é um 3D genérico, banal e desnecessário, que adiciona muito pouco às cenas. A história é inspirada em "A Felicidade Não se Compra" (1946), o clássico natalino de Frank Capra, com James Stewart no papel de um homem bondoso. Contemplando o suicídio, ele encontra um anjo que mostra como seria a vida caso ele não tivesse existido. Aqui, Shrek, casado com a ogra Fiona e pai de três ogrinhos, tem uma crise de meia-idade. Saudoso dos tempos de solteiro, quando aterrorizava a população, ele faz um pacto com o maldoso bruxo Rumpelstiltskin, que lhe promete um dia de liberdade. O resultado é trágico: Shrek acaba numa versão diferente do seu mundo, em que ele não conhece sua mulher e seus amigos. Se os dois primeiros filmes surpreenderam com um humor afiado e referências à cultura pop, aqui o texto parece desgastado. O diretor Mike Mitchell ("Gigolô por Acidente") ainda tenta injetar alguma graça, usando músicas de Carpenters e Beastie Boys, mas o filme não decola. Apesar disso, os personagens são tão bons e têm tanta empatia com o público que os fãs perigam se divertir com o adeus do ogro. SHREK PARA SEMPRE DIREÇÃO Mike Mitchell PRODUÇÃO EUA, 2010 ONDE estreia hoje no Analia Franco UCI, Bristol e circuito CLASSIFICAÇÃO livre AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Frases Próximo Texto: FOLHA.com Índice |
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