São Paulo, Sexta-feira, 09 de Julho de 1999
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Chega ao Brasil, uma semana após a estréia no EUA, "As Loucas Aventuras de James West", que mistura western e ficção científica e se baseia no seriado de televisão dos anos 60


Vou emprestar meu feriado no ano que vem, diz Smith

CLAUDIO CASTILHO
especial para a Folha, em Los Angeles

Will Smith é o primeiro ator em Hollywood a tornar-se "dono" de um dos mais concorridos e respeitados feriados americanos: o de 4 de julho, dia da independência dos Estados Unidos e fim-de-semana de maior movimento e lucro nos cinemas do país.
Pelo menos, é o que vem anunciando ultimamente a imprensa americana com o lançamento do western futurista protagonizado pelo ator, "As Loucas Aventuras de James West" ("Wild Wild West"), que entrou em cartaz no feriado da semana passada nos EUA e chega hoje ao Brasil.
Com o megasucesso de "Independence Day", em 96, "Homens de Preto", no ano seguinte, e agora "James West", o feriado passou a ser chamado de "Big Willie Weekend", ou melhor, em português, "O fim-de-semana do Grande Will Smith".
"O feriado da independência tem trazido tanta sorte para mim que acabou sendo chamado de "Big Willie Weekend". O que posso fazer?", perguntou sem modéstia o ator à Folha. "No ano que vem vou emprestar meu feriado para outro ator brilhar em meu lugar", brincou.
Em "As Loucas Aventuras de James West", uma mistura de western, ficção científica e ação baseada no seriado cult de televisão da década de 60, Will Smith encarna o agente secreto James West -no programa, interpretado por Robert Conrad.
Ele tem como companheiro um agente mestre em inventar dispositivos modernos, Artemus Gordon (Kevin Kline). Os dois se incumbem de proteger a vida do presidente Grant, ameaçada pelo diabólico Arliss Loveless (Kenneth Branagh), dono de uma gigantesca tarântula assassina.
Além do cinema, Will Smith faz sucesso também na música, emplacando hits como "Gettin" Jiggy with It" e "Wild Wild West". Leia a seguir trechos da entrevista que Will Smith deu, em Los Angeles, à Folha.

Folha - Foi uma surpresa o convite para interpretar no cinema um caubói branco da TV?
Will Smith -
Quando Barry me ligou, achei que ele tinha enlouquecido de vez. Ao falar sobre o projeto de filmar "James West", ele explicou a vontade de fazer algo totalmente diferente com o personagem principal. Uma das ousadias seria me convidar para fazer James West e colocar a questão racial no filme. O fato de todos os caubóis mostrados em filme serem brancos o incomodava.

Folha - No Velho Oeste também existiam caubóis negros?
Smith -
Pois é. Muita gente não sabe que na época do Velho Oeste todo homem negro era caubói, usava cavalos como meio de transporte. Infelizmente isso nunca foi mostrado no cinema.

Folha - No filme você e Kevin Kline aparecem vestidos de mulher. Quem ficou mais bonito?
Smith -
Kevin é um homem muito charmoso e bonito, mas como mulher é um verdadeiro fracasso. Para que ele ficasse com uma aparência aceitável teve que passar seis horas somente na maquiagem, enquanto para mim 45 minutos foram suficientes. Acho que fiquei mais bonito que ele. Nem mesmo um cara completamente bêbado se enganaria com o disfarce de Kevin.

Folha - De onde você tira a energia para trabalhar no cinema, na televisão e na música?
Smith -
Não acho que seja uma questão apenas de ter ou não ter energia. A verdade é que sou uma pessoa muito agitada. Não consigo ficar parado nunca.

Folha - Os criadores de "South Park" disseram, na revista "Rolling Stone", que você é um péssimo ator e que sua música e o filme não prestam. Como você responde aos ataques?
Smith -
Não fico chateado com isso. Afinal de contas estamos falando de "South Park". É o que eles sempre fazem e particularmente confesso que adoro "South Park". Mas uma coisa é certa: eles vão acabar indo para o inferno. Você assistiu ao episódio no qual Papai Noel briga com Jesus por causa do Natal? Foi hilário, mas eles vão para o inferno por causa desse programa.


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