PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Pouco mais de um ano após sua posse na presidência do Comitê Interministerial de Combate à Pirataria, Roberto Precioso Jr. foi substituído no cargo pelo delegado da Polícia Federal Clóvis da Silva Monteiro.
Embora o comitê tenha sido criado para intensificar o combate oficial à pirataria no Brasil, dados da Associação Protetora de Direitos Intelectuais Fonográficos apontam para uma redução de ações antipirataria na gestão de Precioso.
O número de CDs apreendidos caiu de 3,2 milhões em 2000 para 3 milhões em 2001. Os indiciamentos desceram de 1.348 para 1.213, embora em 2001, pela primeira vez, cinco pessoas tenham sido condenadas por pirataria. Na Associação Brasileira dos Produtores de Discos, críticas à atuação do comitê têm sido frequentes, e incluem o fato de Precioso acumular funções no combate ao narcotráfico e à pirataria. Por iniciativa do governo federal, houve anteontem em Brasília uma reunião com os setores industriais que sofrem pirataria para discutir estratégias conjuntas de combate, que serão encaminhadas ao comitê.

ATÉ QUE ENFIM

O grupo de trabalho pela numeração dos CDs entra finalmente, nesta segunda, na contagem regressiva dos 30 dias decretados por FHC. É quando ocorre em Brasília a primeira reunião com os 16 integrantes previstos por decreto, Ivan Lins e Frejat inclusos. Os itens de pauta são objetivo do grupo, calendário de reuniões, antecedentes da numeração e metodologia.

DRIBLANDO OS PIRATAS

Parece que não foi por querer, mas a coletânea "Participação Especial", de Cássia Eller, despistou os piratas, que, ocupados em reproduzir o "novo" disco da cantora, diminuíram o ritmo da pirataria do "Acústico MTV" de Cássia. Esse, então, registrou aumento de vendagem nas lojas oficiais.

MAIS BATE-BOCA

Presidente da Universal, Marcelo Castello Branco retruca Zeca Baleiro, que o acusou de utilizar seu nome para tentar desmoralizar Lobão e assim desviar atenções do caso da numeração. O executivo diz que precisa do dinheiro não pago pela participação de Zeca em CD de Lobão para recuperar investimentos feitos em seu ex-artista (hoje na Abril). "É comum perdermos dinheiro com artistas novos no início. Zeca saiu deixando investimentos por recuperar, e seus direitos são transferidos para amortizar a dívida", diz. Ele nega desvio de foco na discussão: "Não existem segundas intenções, existem direitos e deveres, ética e responsabilidade".

OS INDEPENDENTES

O obstinado selo Kuarup completa 25 anos de existência, em raro caso de persistência da iniciativa independente no Brasil. Encontros comemorativos nos moldes do histórico show "Cantoria" (84) reunirão no Rio (quarta-feira), em Poços de Caldas (dia 18) e em Niterói (dia 25) artistas do selo como Elomar, Xangai, Heraldo do Monte, Cida Moreira, Chico Lobo, Renato Teixeira e Teca Calazans. O festim independente será depois transformado em disco.

SEM MILHÃO

Segundo a Universal, o disco "Internacional", de Sandy & Junior, é o segundo mais vendido do ano até agora, só perdendo para a trilha de "O Clone". A gravadora computa 360 mil cópias abocanhadas nas lojas. O número dá CD de platina à duplinha-prodígio, mas fica muito aquém de quando os "idolinhos" venderam 1,5 milhão de cópias de "As Quatro Estações" (99).

BÊ-Á-BÁ MPB

Após a novela da numeração, a MPB volta à baila no Congresso Nacional. Comissão da Câmara aprovou projeto de inclusão obrigatória de disciplina sobre música popular brasileira no currículo escolar básico. O projeto tem de passar por outras instâncias antes de ir a votação.
psanches@folhasp.com. br



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