São Paulo, terça-feira, 09 de agosto de 2005

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CINEMA

Programação de Assim Vivemos exibe 33 filmes sobre o tema no CCBB

Festival carioca enfoca deficiência

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

A produtora Lara Pozzobon e o cineasta Gustavo Acioli assistiram a 86 filmes para selecionar os 33 da programação do Assim Vivemos - 2º Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência, que começa hoje no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio. A tarefa pode parecer excessivamente angustiante, mas não é, garantem eles.
"Não dá tristeza, porque são histórias de pessoas que estão vivendo suas vidas, inserindo-se na sociedade, sendo felizes. Não é para se deprimir", diz Pozzobon.
O festival conta com 13 programas, nos quais foram arrumados os dois longas-metragens, 11 curtas e 20 médias selecionados. O Brasil participa com três produções -entre elas o premiado "Do Luto à Luta", de Evaldo Mocarzel, sobre síndrome de Down- e duas co-produções.
Um dos curtas nacionais é "Thalassa", sobre uma menina autista que, com a ajuda dos pais, supera várias dificuldades. No mesmo programa está o longa "Sem Desculpas", da norte-americana Susan Hamovitch.
"É um grande documentário, uma história muito forte. A diretora reconstrói a história do irmão, que foi internado pelos pais e virou tabu na família", conta Pozzobon. A cineasta reencontra Alan, autista com retardo mental, cinco décadas após a separação.
Se no primeiro festival, realizado em 2003, quase não havia filmes norte-americanos, agora há dez. Um deles é o média "As Crianças Estão Bem", protagonizado por Mike Ervin.
Garoto-propaganda da MDA (Associação de Distrofia Muscular, na sigla em inglês) quando criança, ele lidera, adulto, uma campanha contra um programa de TV em que o comediante Jerry Lewis pede doações para a MDA.
"Ele [Ervin] tenta mostrar que essa "festa de piedade" não ajuda ninguém", diz a curadora.
O Reino Unido é o segundo país com mais filmes: nove. Um deles, "Feliz Aniversário, Talidomida", é uma co-produção com o Brasil sobre pessoas que adquiriram deficiências físicas por causa do uso da substância talidomida por suas mães durante a gestação.
Pozzobon destaca a beleza dos dois filmes poloneses da mostra: "Uma Vida para Viver", sobre crianças cegas, e "Como uma Borboleta", história de um adolescente que, apesar da paralisia cerebral, aprende a se comunicar através de um método chamado Bliss.
Também há filmes de ficção no festival, como dois curtas britânicos que integram o Programa 10, o único que a curadoria não recomenda para crianças. "São filmes que falam abertamente de sexualidade. Mas, em todos os outros programas, não há restrição de idade", diz Pozzobon.
Ela e Acioli idealizaram a mostra ao participar, em Munique (Alemanha), de um festival semelhante com o curta "Cão Guia". No Assim Vivemos, um júri elege os cinco melhores filmes. Somados a um escolhido pelos espectadores, eles integrarão um DVD que será distribuído para 2.000 instituições do país.
O festival segue em setembro para Brasília, mas não tem previsão para acontecer em São Paulo.
Mais informações podem ser obtidas através do site: www.assimvivemos.com.br.


Assim Vivemos - 2º Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência
Quando:
de hoje a 21/8; sessões entre as 13h e as 19h
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil do Rio (r. Primeiro de Março, 66, centro, tel. 0/xx/21/3808-2020)
Quanto: R$ 8 (dá direito a todos os filmes, mas é preciso trocar por ingressos antes das sessões)


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