|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA
Programação de Assim Vivemos exibe 33 filmes sobre o tema no CCBB
Festival carioca enfoca deficiência
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
A produtora Lara Pozzobon e o
cineasta Gustavo Acioli assistiram
a 86 filmes para selecionar os 33
da programação do Assim Vivemos - 2º Festival Internacional de
Filmes sobre Deficiência, que começa hoje no Centro Cultural
Banco do Brasil, no Rio. A tarefa
pode parecer excessivamente angustiante, mas não é, garantem
eles.
"Não dá tristeza, porque são
histórias de pessoas que estão vivendo suas vidas, inserindo-se na
sociedade, sendo felizes. Não é
para se deprimir", diz Pozzobon.
O festival conta com 13 programas, nos quais foram arrumados
os dois longas-metragens, 11 curtas e 20 médias selecionados. O
Brasil participa com três produções -entre elas o premiado "Do
Luto à Luta", de Evaldo Mocarzel,
sobre síndrome de Down- e
duas co-produções.
Um dos curtas nacionais é
"Thalassa", sobre uma menina
autista que, com a ajuda dos pais,
supera várias dificuldades. No
mesmo programa está o longa
"Sem Desculpas", da norte-americana Susan Hamovitch.
"É um grande documentário,
uma história muito forte. A diretora reconstrói a história do irmão, que foi internado pelos pais
e virou tabu na família", conta
Pozzobon. A cineasta reencontra
Alan, autista com retardo mental,
cinco décadas após a separação.
Se no primeiro festival, realizado em 2003, quase não havia filmes norte-americanos, agora há
dez. Um deles é o média "As
Crianças Estão Bem", protagonizado por Mike Ervin.
Garoto-propaganda da MDA
(Associação de Distrofia Muscular, na sigla em inglês) quando
criança, ele lidera, adulto, uma
campanha contra um programa
de TV em que o comediante Jerry
Lewis pede doações para a MDA.
"Ele [Ervin] tenta mostrar que
essa "festa de piedade" não ajuda
ninguém", diz a curadora.
O Reino Unido é o segundo país
com mais filmes: nove. Um deles,
"Feliz Aniversário, Talidomida",
é uma co-produção com o Brasil
sobre pessoas que adquiriram deficiências físicas por causa do uso
da substância talidomida por suas
mães durante a gestação.
Pozzobon destaca a beleza dos
dois filmes poloneses da mostra:
"Uma Vida para Viver", sobre
crianças cegas, e "Como uma Borboleta", história de um adolescente que, apesar da paralisia cerebral, aprende a se comunicar através de um método chamado Bliss.
Também há filmes de ficção no
festival, como dois curtas britânicos que integram o Programa 10,
o único que a curadoria não recomenda para crianças. "São filmes
que falam abertamente de sexualidade. Mas, em todos os outros
programas, não há restrição de
idade", diz Pozzobon.
Ela e Acioli idealizaram a mostra ao participar, em Munique
(Alemanha), de um festival semelhante com o curta "Cão Guia".
No Assim Vivemos, um júri elege
os cinco melhores filmes. Somados a um escolhido pelos espectadores, eles integrarão um DVD
que será distribuído para 2.000
instituições do país.
O festival segue em setembro
para Brasília, mas não tem previsão para acontecer em São Paulo.
Mais informações podem ser
obtidas através do site: www.assimvivemos.com.br.
Assim Vivemos - 2º Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência
Quando: de hoje a 21/8; sessões entre as
13h e as 19h
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil do
Rio (r. Primeiro de Março, 66, centro, tel.
0/xx/21/3808-2020)
Quanto: R$ 8 (dá direito a todos os
filmes, mas é preciso trocar por ingressos antes das sessões)
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Panorâmica - Cinema: Sessão Cineclube estréia hoje com filme de Malle Índice
|