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LIVROS
20ª Bienal de SP destaca literatura alemã recente
Evento, que começa quinta-feira, reúne escritores da atual produção no idioma
Panorama literário da Alemanha terá evento paralelo; ao todo, Bienal recebe 50 convidados estrangeiros, de 14 países
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
Boa parte da literatura alemã
consagrada internacionalmente tem seus escritores oriundos
do chamado Grupo 47, associação que reuniu entre o pós-guerra e os anos 70 nomes como os vencedores do Prêmio
Nobel Heinrich Böll (1917-1985) e Günter Grass, e ainda
Peter Handke e Hans Magnus
Enzensberger, entre outros.
Para apresentar um panorama da recente produção literária em língua alemã, a 20ª Bienal Internacional do Livro de
São Paulo, que acontece entre
quinta-feira e 24 de agosto, reúne seis escritores das gerações
posteriores ao Grupo 47 em seu
principal palco de eventos, o
Salão de Idéias. Um deles, Robert Menasse, tem dois livros
editados no Brasil: "Espelho
Cego" (Companhia das Letras,
2000) e "A Certeza Sensível"
(Estação Liberdade, 1991).
Dois outros já têm lançamentos previstos no país: Julia
Franck, que lança na Bienal "A
Mulher do Meio-Dia" (Nova
Fronteira), saga familiar que
deu a ela o Deutscher Buchpreis, o "Booker Prize alemão".
E Ilija Trojanow, cujo "O Colecionador de Mundos", romance histórico sobre o explorador
britânico Richard Burton
(1821-1890), sai em 2009 pela
Companhia das Letras.
Wolfgang Bader, diretor do
Instituto Goethe São Paulo,
que convidou os escritores, ressalta que, na literatura em língua alemã, faz-se uma distinção
entre a produção ligada à República de Bonn -capital da Alemanha Ocidental, com o país
dividido do pós-guerra- e a República de Berlim -o país reunificado, aberto à internacionalização da cultura.
"A esta República corresponde uma transição de geração
literária, que tem ainda a Alemanha como tema, mas que
também explora mais o mundo", afirma Bader.
"Temos mais autores jovens,
que viajam muito, mais mulheres e mais escritores com ascendência não alemã. Os temas
de que tratam são de interesse
global e refletem a convivência
entre diferentes culturas."
Em paralelo à Bienal, o Goethe abriga a Semana de Literatura Alemã, entre 18 e 22 de
agosto. Com entrada franca, os
encontros começam sempre às
19h e terão a participação de escritores brasileiros como Milton Hatoum, Bernardo Carvalho e Fernando Bonassi. A programação completa está em
www.goethe.de/saopaulo.
Mais Bienal
Segundo Rosely Boschini,
presidente da Câmara Brasileira do Livro, que organiza a Bienal, a presença alemã reforça o
caráter internacional desta 20ª
edição, ainda um evento com
mais apelo comercial -são 2
milhões de livros à venda,
4.000 deles lançamentos- do
que literário -a Festa Literária
Internacional de Paraty (Flip)
permanece o principal palco
das letras no país.
Ao todo são 50 convidados
estrangeiros, de 14 países -a
Espanha também traz um bom
número de escritores (nove).
São 73 expositores estrangeiros, representando dez países,
entre eles a Índia, que, segundo
Rosely, vem pela primeira vez à
bienal paulista.
Outros destaques internacionais são a vencedora do Pulitzer Samantha Power e o escritor mexicano Guillermo Arriaga, roteirista premiado no Festival de Cannes de 2005 por
"Três Enterros".
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