São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Minissérie "Maysa" terá estrutura não-linear

"O volume de informações era coisa de novela", diz autor Manoel Carlos

Produção sobre a cantora estréia em janeiro do ano que vem na Rede Globo e começa a ser gravada na terça-feira, no Rio


CAIO JOBIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

"Hoje em dia, a coisa mais fácil que existe é não ser", disse a cantora e compositora Maysa, em idos dos anos 70, em especial produzido pela TV Cultura.
Difícil é ser Maysa. "A maior dificuldade foi achar alguém para interpretá-la", diz Jayme Monjardim, diretor e filho da cantora (1936-77), após a apresentação do elenco de "Maysa", minissérie que a Globo começa a gravar na terça, no Rio, e que estréia em janeiro de 2009.
O desafio caberá à atriz gaúcha Larissa Maciel, 30. Desde fevereiro ela vem sendo preparada para viver Maysa.
"Fiz aula de corpo, e foi quando vivenciei todas as transformações pelas quais ela passou dos 15 aos 40 anos", diz Larissa. Ela teve ainda aulas de canto e preparação vocal. "Não era só aprender a cantar, e sim cantar como Maysa. Fiz um trabalho de voz para deixar minha voz mais próxima à dela. Aprender como ela falava, o ritmo, a respiração, tudo faz diferença."
A música, claro, terá destaque na minissérie escrita por Manoel Carlos, mas, segundo Monjardim, "não veremos a cantora, veremos sua alma". Embora pretenda manter distanciamento emocional, ele não nega que suas memórias pessoais tenham influência sobre o trabalho. Cita, por exemplo, a última imagem que guardou de sua mãe e que será retratada. "Viajei, e fizemos uma linda despedida no aeroporto. Essa cena será a última da minissérie. O Maneco deu um banho, nosso diálogo foi bem parecido com o que ele escreveu".
A escolha de seus filhos, Jayme Matarazzo, 22, e André Escobar Monjardim Matarazzo, 10, para viverem ele próprio na TV confirma o grau de envolvimento. "Lancei tantas pessoas, por que não o meu filho se ele tem condições de fazer?"
Manoel Carlos optou por uma narrativa não-linear, com idas e vindas no tempo, para condensar a história de Maysa. "O volume de informação que o Jayme e minha pesquisadora me mandaram era coisa para novela", conta.
A minissérie, com atores saídos do teatro e cuidados técnicos cinematográficos, não deve ficar só na TV. Orçada em R$ 9 milhões, pode ser reeditada para virar filme depois da estréia.


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