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Diaz trocou arquitetura e ativismo político por teatro
DA SUCURSAL DO RIO
A postura anticelebridade de
Chico Diaz é parte de um discurso firme, de quem acredita
que um artista deve olhar
"além da própria carreira".
Se a genética fosse fatalista, o
discurso seria mais explicitamente político. O pai do ator é
um agrônomo socialista, que
morou em vários países trabalhando para a OEA (Organização dos Estados Americanos).
"Meu pai é um utópico ferrenho", diz.
O irmão mais velho, João, foi
militante do movimento estudantil e precisou se esconder
durante a ditadura militar. Chico Diaz, o segundo na fileira de
seis irmãos, não teve vocação
para seguir o mesmo caminho.
"Eu ia no diretório acadêmico,
via aquelas assembléias, votações, não agüentava. Passava
um grupo cantando e dançando, eu ia atrás", lembra.
Foi assim nos colégios de
classe média alta Souza Leão e
Santo Inácio. Eram os anos 70,
e ser ator ainda não era o horizonte mais sonhado pelas famílias de boa renda. Diaz foi fazer
arquitetura, formou-se, estagiou dois anos no escritório de
Hélio Pellegrino, atuou em projetos pré-computador, desenhando a nanquim, mas o teatro o seduziu. Embarcou na
trupe Manhas e Manias e não
parou mais. Ainda influenciou
os irmãos Verônica e Enrique,
caçula que se tornou um talentoso ator e diretor teatral.
"Eu o ajudei com meu risco,
pois o caminho já estava preparado quando ele chegou. Mas a
qualidade do trabalho dele contribuiu para que o meu fosse reconhecido. Eu me sinto protegido por ele", afirma Diaz.
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