São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

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Fenômeno "High School" se expande

Segunda edição do telefilme musical da Disney bateu recorde de audiência nos EUA e chega ao Brasil em outubro

Em entrevista, executivo da empresa fala sobre como o sucesso de "High School" tem influência sobre a criação de outros programas

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles vão às aulas todos os dias, estudam direitinho, praticam esportes e ainda arrumam tempo para participar de um musical na escola. No mundo desses adolescentes, o romance é apenas sugerido, nunca escancarado. Não há violência, não se ouvem palavrões. Parece careta demais? Bem, as crianças adoram, os pais dessas crianças aprovam e a Disney dança em cima dos números.
A companhia norte-americana que criou o Mickey Mouse em 1928 comemora seu grande sucesso recente: a franquia "High School Musical". Franquia porque "HSM" estreou como filme de televisão que deu origem a trilha sonora, espetáculo musical, livros, karaokê...
O primeiro telefilme "HSM" estreou no Disney Channel dos EUA em janeiro de 2006. Foi visto por 7,7 milhões de espectadores (no Brasil, foi exibido pelo Disney Channel e pela Globo).
Já "HSM 2" estreou nos EUA em 17 de agosto passado. Foi visto por 17,2 milhões, o filme de maior audiência da história da TV paga norte-americana. No Brasil, chega em 7 de outubro, pelo Disney Channel.
Os números impressionam? Pois tem mais. A trilha sonora do primeiro "HSM" foi o disco mais vendido de 2006 -alcançou 5,8 milhões de cópias (no Brasil, foram 120 mil).
A trilha sonora do "HSM 2" segue o mesmo caminho. Foi lançada em CD há três semanas nos EUA. Estreou no topo da parada da Billboard e ainda está estacionada ali -já vendeu quase 1,2 milhão de cópias.
A Disney trata a franquia "HSM" como um "fenômeno", segundo Diego Lerner, presidente da Walt Disney Company para a América Latina.
"Seria arrogância afirmar que sabíamos que viraria um sucesso", disse Lerner à Folha, por telefone. "Hoje, podemos considerar um fenômeno. E com fenômenos não estamos interessados em analisar os porquês. Quando se tem um fenômeno, senta-se nele e desfruta-se o resultado. Depois, passa-se a trabalhar na expansão desse fenômeno."

"Antes e depois"
A expansão da franquia segue incessante. Além dos discos, a história de Troy Bolton (interpretado por Zac Efron) e Gabriella Montez (Vanessa Anne Hudgens) -ele, jogador de basquete na escola; ela, estudante CDF- foi cantada em musical no estádio do Morumbi, para 40 mil pessoas, em maio.
A versão cinematográfica de "HSM" está em preparação. Uma série de livros sobre os personagens vendeu mais de 4 milhões de exemplares apenas nos Estados Unidos.
Essa expansão não corre o risco de se tornar opressora demais? De o povo enjoar?
"Você enjoa das modas. Um produto clássico não é como um produto que é apenas uma moda. A moda tem seu minuto de esplendor, mas logo acaba. "HSM" mostrou não ser assim. É um fenômeno que estourou no mundo todo", diz. "Temos um antes e um depois [de "HSM"]. Não estou sendo arrogante, mas o produto não se comporta como uma moda."
O sucesso de "HSM" refletiu em todo o mecanismo de produção da Disney. Segundo Lerner, novos programas criados pela companhia têm de servir como alavanca para negócios adicionais, como merchandising, DVDs e outros conteúdos. Isso ocorre com outras atrações do canal, como "Hanna Montana" e "Cheetah Girls".
"É importante para a Disney adicionar ao conteúdo original [do programa] elementos que potencializem essa franquia."
A criatividade, assim, não acaba mecanizada? Lerner, novamente, discorda. "Há um segmento de público que tem uma clara aceitação desse tipo de produto. A linha de produção é clara, e temos equipes competentes trabalhando com isso."
Sobre a temática politicamente correta de "HSM", Lerner afirma: "O programa mostra que dá para ter sucesso sem tocar canções que falem de drogas e de temas polêmicos, sem dar golpes baixos".


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