São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

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Crítica/"John from Cincinnati"

Nova série da HBO confunde gêneros em história de surfista paranormal

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

JC eram as iniciais de um tipo estranho que se tornou famoso há mais de 2.000 anos como fazedor de milagres e outras façanhas. As letras agora retornam na pele do personagem que dá título a "John from Cincinnati", nova série da HBO que estréia hoje.
A produção foi lançada sob grande expectativa nos EUA em junho. Primeiro, porque era a aposta da HBO para ocupar o lugar deixado por "Família Soprano". Depois, porque traz a assinatura de David Milch, que participou da série "Chumbo Grosso", pioneira da renovação do formato nos anos 80, e que tem no currículo grandes produções, como "Nova York Contra o Crime" e "Deadwood".
Mas a combinação de elementos estranhos testada por Milch não emplacou, e a série já foi cancelada pela HBO.
"John from Cincinnati" narra a aparição de John Monad (referência à mônada do filósofo Leibniz) nas areias da californiana Imperial Beach. John é um idiota que se aproxima das três gerações de surfistas (Mitch, Butch e Shaun) de uma família disfuncional. Sua chegada provoca fenômenos paranormais e milagres.
A trama inclui também um marqueteiro mau-caráter, um policial aposentado, um gay neurótico e uma dupla cômica de traficantes havaianos.
A implosão de gêneros vem funcionando, desde "Twin Peaks", como motor de renovação das séries americanas. Mas em "John from Cincinnati", a indefinição de códigos mais atrapalha do que ajuda.
É difícil saber se a série é um drama familiar, um retrato realista da vida de surfistas ou uma farsa que mistura realismo mágico e denúncia social.
A série apenas confirma a política de riscos da HBO, que não por acaso levou as séries de TV ao patamar de hoje.


JOHN FROM CINCINNATI
Quando:
hoje, às 23h
Onde: HBO


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