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Crítica/"John from Cincinnati"
Nova série da HBO confunde gêneros em história de surfista paranormal
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
JC eram as iniciais de um tipo estranho que se tornou famoso há mais de 2.000 anos como fazedor de milagres e outras façanhas. As letras agora
retornam na pele do personagem que dá título a "John from
Cincinnati", nova série da HBO
que estréia hoje.
A produção foi lançada sob
grande expectativa nos EUA
em junho. Primeiro, porque era
a aposta da HBO para ocupar o
lugar deixado por "Família Soprano". Depois, porque traz a
assinatura de David Milch, que
participou da série "Chumbo
Grosso", pioneira da renovação
do formato nos anos 80, e que
tem no currículo grandes produções, como "Nova York Contra o Crime" e "Deadwood".
Mas a combinação de elementos estranhos testada por
Milch não emplacou, e a série já
foi cancelada pela HBO.
"John from Cincinnati" narra a aparição de John Monad
(referência à mônada do filósofo Leibniz) nas areias da californiana Imperial Beach.
John é um idiota que se aproxima das três gerações de surfistas (Mitch, Butch e Shaun)
de uma família disfuncional.
Sua chegada provoca fenômenos paranormais e milagres.
A trama inclui também um
marqueteiro mau-caráter, um
policial aposentado, um gay
neurótico e uma dupla cômica
de traficantes havaianos.
A implosão de gêneros vem
funcionando, desde "Twin
Peaks", como motor de renovação das séries americanas. Mas
em "John from Cincinnati", a
indefinição de códigos mais
atrapalha do que ajuda.
É difícil saber se a série é um
drama familiar, um retrato realista da vida de surfistas ou uma
farsa que mistura realismo mágico e denúncia social.
A série apenas confirma a política de riscos da HBO, que não
por acaso levou as séries de TV
ao patamar de hoje.
JOHN FROM CINCINNATI
Quando: hoje, às 23h
Onde: HBO
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