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Brasileiros levam dança da periferia à França
Dois grupos do RJ e um de MG vão à 14ª
Bienal de Lyon, que começa hoje
Para o curador, Guy
Darmet, brasileiros
"têm prazer de dançar
que não existe nas
companhias europeias"
AMANDA QUEIRÓS
DE SÃO PAULO
A 14ª edição da Bienal de
Dança de Lyon, que começa
hoje, faz um recorte peculiar
da dança do Brasil. Dos três
grupos que representarão o
país na França, dois são formados por bailarinos oriundos de comunidades pobres.
São eles o Projeto Social do
Centro de Movimento Deborah Colker (RJ) e a Cia. Balé
de Rua (MG). O outro grupo é
a Focus Cia. de Dança (RJ).
O primeiro, com bailarinos
dos morros cariocas, leva a
Lyon três obras de dança
contemporânea. O segundo,
saído da periferia de Uberlândia, faz um mix de dança
de rua com ritmos africanos.
Estreando no exterior, os
13 jovens do Projeto Social
buscam projeção. O projeto
tem fim em dezembro e esta é
a chance de eles conquistarem lugar fixo em alguma
companhia. "Esperamos que
curadores de outros festivais
os chamem", afirma o coordenador Miguel Colker.
A expectativa tem precedentes. Em 2002, após se
apresentar na Bienal, a Cia.
Balé de Rua estourou no exterior. Em 2008, fez temporada de três meses, em Paris.
Este ano, é a atração que
fecha o evento, em 9/10. "Lutamos e conquistamos respeito", afirma um dos diretores, Fernando Narduchi.
Mas, afinal, o que faz esses
grupos se destacarem tanto
na Europa? "Um prazer de
dançar que não existe em toda companhia europeia",
responde Guy Darmet, curador da Bienal. "[O Projeto Social] não tem o nível técnico
de um Grupo Corpo, mas nós
o vemos mais com o coração
do que com os olhos", diz.
A Bienal -que em 1996 teve o Brasil como tema- reúne 40 grupos de 17 países numa salada de gêneros. Destacam-se a alemã Wuppertal
Tanztheater, de Pina Bausch
(1940-2009), o russo Ballet
Bolshoi e a americana Trisha
Brown Dance Company.
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