|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO EDITORIAL
Começa hoje na Alemanha o maior evento do mundo no gênero, com menos espaço, editoras e livros
Feira de Frankfurt encolhe em 54ª edição
CASSIANO ELEK MACHADO
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT
A idéia central continua sendo a
tradicional "Por que ir a Frankfurt? Porque todos vão a Frankfurt". Mas, em sua 54ª edição, que
começa hoje, o maior evento do
mercado editorial no mundo sinaliza mais uma vez que, ainda
que lentamente, seu prestígio vai
descendo a ladeira.
Todos os números apontam para baixo. Este ano, o evento terá
400 expositores a menos do que
em 2001, em uma área 9.000 metros quadrados menor e com 70
mil livros subtraídos.
O declínio não se explica só pela
perda gradual de glamour que a
Feira de Livros de Frankfurt vem
registrando desde os anos 90, graças aos avanços comunicacionais.
Na era da internet, os negócios
editoriais passaram a ser fechados
durante todo o ano, não apenas
no outubro alemão.
Fatores como o 11 de setembro,
a diminuição no crescimento econômico das principais potências
mundiais e a ameaça de uma nova
guerra empurraram a indústria
do livro para baixo em 2002 -e
com ela vai Frankfurt.
"Pela primeira vez vamos ver
uma diminuição significativa no
número de expositores. E aqueles
que virão estão reduzindo seus espaços expositivos", diz Holger
Ehling, porta-voz da feira.
"O mercado editorial vive um
difícil clima econômico", complementa o novo diretor do evento,
Volker Neumann, que até recentemente era um dos comandantes
da editora Random House, gigante editorial também em crise.
Para as editoras brasileiras, claro, não foi diferente em ano de subida do dólar. O estande da Câmara Brasileira do Livro, que tradicionalmente agrupa o maior
número de expositores nacionais,
continua do mesmo tamanho.
Mas o número de editoras caiu
drasticamente. Das mais de 50
que já ocuparam seus 180 metros
quadrados em outras edições, ficaram 22 para esta edição -algumas, como a Rocco, estão em
Frankfurt, mas sem estandes.
A Editora da Universidade do
Sagrado Coração, de Bauru (SP),
escolhida pelo projeto Frankfurt
Book Fair Fellowship, a agente literária Marisa Moura, da empresa
Página da Cultura, e o editor Sérgio Machado, presidente da Record, são convidados da feira.
Também vêm em peso, à custa
do evento alemão, editores e escritores da Lituânia, país homenageado este ano. A tradição de
celebrar a literatura de uma nação
a cada evento deve terminar depois do ano que vem, quando a
Rússia é a convidada.
No lugar, a feira deve intensificar debates de um tema, como o
"Pontes para um Mundo Dividido", que serve como piloto este
ano, em eventos com autores como o escritor israelense Amos Oz
e a canadense Naomi Klein.
Texto Anterior: Outra freqência: Kiss FM, a "classic rock", muda e põe no ar até locutor sertanejo Próximo Texto: Poesia: Municipal ecoa 148 vozes de Drummond Índice
|